quarta-feira, 9 de setembro de 2009

VIDAS II

Ela olhou para ele. Tinha sido o seu grade amor, e à mais de trinta anos que não o via, mas nunca o esquecera e sempre guardara carinhosamente na sua memória, um pouco da sua lembrança.

Mas ele não estava como ela o imaginara. O seu aspecto de aldeão rude e envelhecido e até um pouco descuidado, nada tinha do garboso moço de que se lembrava. Percebeu que não havia razão para as memórias que se começavam a esfumar.

Ele deu de caras com ela. Continuava linda, como nas suas recordações. Os trinta anos passados, pareciam ter sido ontem.. Pela sua memória, passaram anos de lembranças que nunca o largaram, e que iam e vinham a seu belo prazer, sem que ele pudesse evita-lo. Percebeu que a aproximação do Outono da vida, não apagara totalmente os seus sentimentos, e que ainda tinha problemas do passado para resolver.

3 comentários:

  1. Todos nós ficamos marcados por um grande amor que na maioria das vezes nos faz sofrer até ao fim dos tempos....

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  2. Os Amores andam por aí. Não têm dono, são livres. Mais livres que os pássaros, mais livres que as nuvens. Por vezes, um Amor encontra-nos. Se quiser fica, se quiser vai. E não podemos fazer nada. Podemos correr atrás dele sem nunca o conseguir reencontrar, ou ficar quietos, no nosso canto, se calhar com outro Amor, e um dia ele volta. E se quiser fica, ou se quiser vai. São assim os Amores. Lindos.

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  3. Concordo que o amor pode doer. Mas é também inspirador poético, principalmente quando é encarado com a liberdade de ficar ou não ficar que o amigo Zé Caeiro aqui lhe concede.
    Mas é sempre algo que todos procuram.
    Abraço.

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