sexta-feira, 29 de abril de 2011

O FIM DO MUNDO


Segundo os Maias, o mundo acaba em 2012, sofrendo de grande catástrofe. As profecias dos Papas, atribuídas a S. Malaquias, apontam no mesmo sentido. E ainda temos Nostradamus, que eu admiro especialmente por ter descoberto a pílula rosa 500 anos antes da descoberta da pílula azul, e a quem também são atribuidas profecias nesse sentido.
Pessoalmente, começo a acreditar nessa possibilidade. Afinal o que se está a passar em Portugal, não é o fim do mundo? Não sei se o FMI constava nas profecias, mas que estamos à beira da catástrofe, não restam duvidas
Fechar Escolas, hospitais, Estações de Correios, e Finanças. Fechar Fábricas, despedir operários e não pagar salários. Cortar nos ordenados e nas reformas. Negar apoio aos desempregados e doentes. Carregar os pobres de impostos e os ricos de privilégios. Tantas e tantas outras malfeitoria que estão a acontecer, tornam o fim do Mundo, o acto mais democrático que nos poderia acontecer; Finalmente teríamos algo igual para todos.
Viva o Fim do Mundo.

segunda-feira, 25 de abril de 2011

NÃO SEI O QUE TE FIZERAM, ABRIL, MAS NÃO VOU DESISTIR DE TI

Há 36 anos que os culpados são os mesmos. Há 36 anos que nós permitimos que os culpados sejam os mesmos.
Até quando este Povo indolente, inerte, medroso da mudança, e politicamente preconceituoso, se vai deixar conduzir em vez de tomara nas suas mãos, o seu próprio destino?
A solução existe. O que não existe é coragem para mudar.
O Povo prefere a bota da besta que já conhece, do que arriscar na esperança de algo novo.
Dias maus vão chegar. Chegará também algum ensinamento para este Povo?

quarta-feira, 20 de abril de 2011

PORTUGAL, VISTO PELO PRAVDA


«Foram tomadas medidas draconianas esta semana em Portugal, pelo Governo liberal de José Sócrates. Mais um caso de um outro governo de centro-direita pedindo ao povo Português a fazer sacrifícios, um apelo repetido vezes sem fim a esta nação trabalhadora, sofredora, historicamente deslizando cada vez mais no atoleiro da miséria.
E não é porque eles serem portugueses.
> Vá o leitor ao Luxemburgo, que lidera todos os indicadores socioeconómicos, e vai descobrir que doze por cento da população é portuguesa, oriunda de um povo que construiu um império que se estendia por quatro continentes e que controlava o litoral desde Ceuta, na costa atlântica, tornando a costa africana até ao Cabo da Boa Esperança, a costa oriental da África, no Oceano Índico, o Mar Arábico, o Golfo da Pérsia, a costa ocidental da Índia e Sri Lanka.
E foi o primeiro povo europeu a chegar ao Japão....e à Austrália.
Esta semana, o Primeiro Ministro José Sócrates lançou uma nova onda dos seus pacotes de austeridade, corte de salários e aumento do IVA, mais medidas cosméticas tomadas num clima de política de laboratório por académicos arrogantes e altivos desprovidos de qualquer contato com o mundo real, um esteio na classe política elitista Português no Partido Social Democrata (PSD) e Partido Socialista (PS), gangorras de má gestão política que têm assolado o país desde anos 80.
O objectivo?
Para reduzir o défice.
Porquê?
Porque a União Europeia assim o diz.
Mas é só a UE?
Não, não é.
O maravilhoso sistema em que a União Europeia se deixou sugar, é aquele em que as agências de Ratings, Fitch, Moody's e Standard and Poor's, baseadas nos Estados Unidos da América (onde havia de ser?) virtual e fisicamente, controlam as políticas fiscais, económicas e sociais dos Estados-Membros da União Europeia através da atribuição das notações de crédito.

Com amigos como estes organismos e ainda Bruxelas, quem precisa de inimigos?
Sejamos honestos.
A União Europeia é o resultado de um pacto forjado por uma França tremente e com medo, apavorada com a Alemanha depois das suas tropas invadiram o seu território três vezes em setenta anos, tomando Paris com facilidade, não só uma vez mas duas vezes, e por uma astuta Alemanha ansiosa para se reinventar após os anos de pesadelo de Hitler.

A França tem a agricultura, a Alemanha ficou com os mercados para a sua indústria.
E Portugal?
Olhem para as marcas de automóveis novos conduzidos pelos motoristas particulares para transportar exércitos de "assessores" (estes parecem ser imunes a cortes de gastos) e adivinhem de que país eles vêm?
Não, eles não são Peugeot e Citroen ou Renault.
Eles são os Mercedes e BMWs. Topo-de-gama, é claro.
Os sucessivos governos formados pelos dois principais partidos, PSD (Partido Social Democrata da direita) e PS (Socialista, do centro), têm sistematicamente jogado os interesses de Portugal e dos portugueses pelo esgoto abaixo, destruindo a sua agricultura (agricultores portugueses são pagos para não produzir!!) e a sua indústria (desapareceu!!) e sua pesca (arrastões espanhóis em águas lusas!!), a troco de quê?

O quê é que as contra-partidas renderam, a não ser a aniquilação total de qualquer possibilidade de criar emprego e riqueza numa base sustentável?

Aníbal Cavaco Silva, agora Presidente, mas primeiro-ministro durante uma década, entre 1985 e 1995, anos em que despejaram bilhões de euros através das suas mãos a partir dos fundos estruturais e do desenvolvimento da UE, é um excelente exemplo de um dos "melhores" políticos de Portugal.
Eleito fundamentalmente porque ele é considerado "sério" e "honesto" (em terra de cegos, quem vê é rei), como se isso fosse um motivo para eleger um líder (que só em Portugal, é!!) e como se a maioria dos restantes políticos (PSD/PS) fossem um bando de sanguessugas e parasitas inúteis (que são), ele é o pai do défice público em Portugal e o campeão de gastos públicos.
A sua "política de betão" foi bem concebida, mas como sempre, mal planeada, o resultado de uma inapta, descoordenada e, às vezes inexistente localização no modelo governativo do departamento do Ordenamento do Território, vergado, como habitualmente, a interesses investidos que sugam o país e seu povo.

Uma grande parte dos fundos da UE foi canalizada para a construção de pontes e auto-estradas para abrir o país a Lisboa, facilitando o transporte interno e fomentando a construção de parques industriais nas cidades do interior para atrair a grande parte da população que assentava no litoral.
O resultado concreto, foi que as pessoas agora tinham os meios para fugirem do interior e chegar ao litoral ainda mais rápido.
Os parques industriais nunca ficaram repletos e as indústrias que foram criadas, em muitos casos já fecharam.
Uma grande percentagem do dinheiro dos contribuintes da UE vaporizou-se em empresas e esquemas fantasmas.
Foram comprados Ferraris.
Foram encomendados Lamborghini, Maserati.
Foram organizadas caçadas de javalí em Espanha.
Foram remodeladas casas particulares.

O Governo e Aníbal Silva ficaram a observar, no seu primeiro mandato, enquanto o dinheiro foi desperdiçado.

No seu segundo mandato, Aníbal Silva ficou a observar os membros do seu governo a perderem o controle e a participarem.
Então, ele tentou desesperadamente distanciar-se do seu próprio partido político.
E ele é um dos melhores?
Depois de Aníbal Silva veio o bem-intencionado e humanitário, António Guterres (PS), um excelente Alto Comissário para os Refugiados e um candidato perfeito para Secretário-Geral da ONU, mas um buraco negro em termos de (má) gestão financeira.

Ele foi seguido pelo excelente diplomata, mas abominável primeiro-ministro José Barroso (PSD) (agora Presidente da Comissão da EU, "Eu vou ser primeiro-ministro, só que não sei quando") que criou mais problemas com o seu discurso do que com os que resolveu, passou a batata quente para Pedro Lopes (PSD), que não tinha qualquer hipótese ou capacidade para governar e não viu a armadilha.
Resultando em dois mandatos de José Sócrates; um Ministro do Ambiente competente, que até formou um bom governo de maioria e tentou corajosamente corrigir erros anteriores.
Mas foi rapidamente asfixiado pelos interesses instalados.

Agora, as medidas de austeridade apresentadas por este primeiro-ministro, são o resultado da sua própria inépcia para enfrentar esses interesses, no período que antecedeu a última crise mundial do capitalismo (aquela em que os líderes financeiros do mundo foram buscar três triliões de dólares (???) de um dia para o outro para salvar uma mão cheia de banqueiros irresponsáveis, enquanto nada foi produzido para pagar pensões dignas, programas de saúde ou projectos de educação).
E, assim como seus antecessores, José Sócrates, agora com minoria, demonstra falta de inteligência emocional, permitindo que os seus ministros pratiquem e implementem políticas de laboratório, que obviamente serão contra-producentes.

O Pravda.Ru entrevistou 100 funcionários, cujos salários vão ser reduzidos.
Aqui estão os resultados:
Eles vão cortar o meu salário em 5%, por isso vou trabalhar menos (94%).
Eles vão cortar o meu salário em 5%, por isso vou fazer o meu melhor para me aposentar cedo, mudar de emprego ou abandonar o país (5%)
Concordo com o sacrifício (1%) Um por cento.

Quanto ao aumento dos impostos, a reacção imediata será que a economia encolhe ainda mais enquanto as pessoas começam a fazer reduções simbólicas, que multiplicado pela população de Portugal, 10 milhões, afectará a criação de postos de trabalho, implicando a obrigatoriedade do Estado a intervir e evidentemente enviará a economia para uma segunda (e no caso de Portugal, contínua) recessão.
Não é preciso ser cientista de física quântica para perceber isso.
O idiota e avançado mental que sonhou com esses esquemas, tem os resultados num pedaço de papel, onde eles vão ficar!!
É verdade, as medidas são um sinal claro para as agências de rating, que o Governo de Portugal está disposto a tomar medidas fortes, mas à custa, como sempre, do povo português.
Quanto ao futuro, as pesquisas de opinião providenciam uma previsão de um retorno do Governo de Portugal para o PSD, enquanto os partidos de esquerda (Bloco de Esquerda e Partido Comunista Português) não conseguem convencer o eleitorado com as suas ideias e propostas.

Só em Portugal, a classe elitista dos políticos PSD/PS seria capaz de punir o povo por se atrever a ser independente.
Essa classe, enviou os interesses de Portugal para o ralo, pediu sacrifícios ao longo de décadas, não produziu nada e continuou a massacrar o povo com mais castigos.

Esses traidores estão a levar cada vez mais portugueses a questionarem se não deveriam ter sido assimilados há séculos pela Espanha.
Que convidativo, o ditado português "Quem não está bem, que se mude".
Certos, bem longe de Portugal, como todos os que podem estão a fazer.
Bons estudantes a jorrarem pelas fronteiras fora.
Que comentário lamentável para um país maravilhoso, um povo fantástico e uma classe política abominável.

Timothy Bancroft-Hinchey
Pravda.Ru»

segunda-feira, 18 de abril de 2011

A CRISE PORTUGUESA


VALE A PENA ATENTAR NESTE OLHAR DE QUEM ESTÁ DE FORA.

Data: 10 de abril de 2011 22:54
Assunto: Jaques Amaury - "A crise Portuguesa",

Este conhecido sociólogo e filosofo francês, Jaques Amaury, professor na Universidade de Estrasburgo, publicou recentemente um estudo sobre “A crise Portuguesa”, onde elenca alguns caminhos, tendentes a solucionala.

“Portugal atravessa um dos momentos mais difíceis da sua história que terá que resolver com urgência, sob o perigo de deflagrar crescentes tensões e consequentes convulsões sociais.
Importa em primeiro lugar averiguar as causas. Devem – se sobretudo à má aplicação dos dinheiros emprestados pela CE para o esforço de adesão e adaptação às exigências da união.
Foi o país onde mais a CE investiu “per capita” e o que menos proveito retirou. Não se actualizou, não melhorou as classes laborais, regrediu na qualidade da educação, vendeu ou privatizou a esmo actividades primordiais e património que poderiam hoje ser um sustentáculo.

Os dinheiros foram encaminhados para auto estradas, estádios de futebol, constituição de centenas de instituições publico - privadas, fundações e institutos, de duvidosa utilidade, auxílios financeiros a empresas que os reverteram em seu exclusivo benefício, pagamento a agricultores para deixarem os campos e aos pescadores para venderem as embarcações, apoios estrategicamente endereçados a elementos ou a próximos deles, nos principais partidos, elevados vencimentos nas classes superiores da administração publica, o tácito desinteresse da Justiça, frente à corrupção galopante e um desinteresse quase total das Finanças no que respeita à cobrança na riqueza, na Banca, na especulação, nos grandes negócios, desenvolvendo, em contrário, uma atenção especialmente persecutória junto dos pequenos comerciantes e população mais pobre.

A política lusa é um campo escorregadio onde os mais hábeis e corajosos penetram, já que os partidos cada vez mais desacreditados, funcionam essencialmente como agências de emprego que admitem os mais corruptos e incapazes, permitindo que com as alterações governativas permaneçam, transformando – se num enorme peso bruto e parasitário. Assim, a monstruosa Função Publica, ao lado da classe dos professores, assessoradas por sindicatos aguerridos, de umas Forças Armadas dispendiosas e caducas, tornaram – se não uma solução, mas um factor de peso nos problemas do país.

Não existe partido de centro já que as diferenças são apenas de retórica, entre o PS (Partido Socialista) que está no Governo e o PSD (Partido Social Democrata), de direita, agora mais conservador ainda, com a inclusão de um novo líder, que tem um suporte estratégico no PR e no tecido empresarial abastado.

Mais à direita, o CDS (Partido Popular), com uma actividade assinalável, mas com telhados de vidro e linguagem publica, diametralmente oposta ao que os seus princípios recomendam e praticarão na primeira oportunidade.

À esquerda, o BE (Bloco de Esquerda), com tantos adeptos como o anterior, mas igualmente com uma linguagem difícil de se encaixar nas recomendações ao Governo, que manifesta um horror atávico à esquerda, tal como a população em geral, laboriosamente formatada para o mesmo receio. Mais à esquerda, o PC (Partido comunista) vilipendiado pela comunicação social, que o coloca sempre como um perigo latente e uma extensão inspirada na União Soviética, oportunamente extinta, e portanto longe das realidades actuais.

Assim, não se encontrando forças capazes de alterar o status, parece que a democracia pré – fabricada não encontra novos instrumentos.
Contudo, na génese deste beco sem aparente saída, está a impreparação, ou melhor, a ignorância de uma população deixada ao abandono, nesse fulcral e determinante aspecto. Mal preparada nos bancos das escolas, no secundário e nas faculdades, não tem capacidade de decisão, a não ser a que lhe é oferecida pelos órgãos de Comunicação. Ora e aqui está o grande problema deste pequeno país; as TVs as Rádios e os Jornais, são na sua totalidade, pertença de privados ligados à alta finança, à industria e comercio, à banca e com infiltrações accionistas de vários países.


Ora, é bem de ver que com este caldo, não se pode cozinhar uma alimentação saudável, mas apenas os pratos que o “chefe” recomenda. Daí a estagnação que tem sido cómoda para a crescente distância entre ricos e pobres.


A RTP, a estação que agora engloba a Rádio e Tv oficiais, está dominada por elementos dos dois partidos principais, com notório assento dos sociais democratas, especialistas em silenciar posições esclarecedoras e calar quem lenta o mínimo problema ou dúvida. A selecção dos gestores, dos directores e dos principais jornalistas é feita exclusivamente por via partidária. Os jovens jornalistas, são condicionados pelos problemas já descritos e ainda pelos contratos a prazo determinantes para o posto de trabalho enquanto, o afastamento dos jornalistas seniores, a quem é mais difícil formatar o processo a pôr em prática, está a chegar ao fim. A deserção destes, foi notória.


Não há um único meio ao alcance das pessoas mais esclarecidas e por isso, “non gratas” pelo establishment, onde possam dar luz a novas ideias e à realidade do seu país, envolto no conveniente manto diáfano que apenas deixa ver os vendedores de ideias já feitas e as cenas recomendáveis para a manutenção da sensação de liberdade e da prática da apregoada democracia.
Só uma comunicação não vendida e alienante, pode ajudar a população, a fugir da banca, o cancro endémico de que padece, a exigir uma justiça mais célere e justa, umas finanças atentas e cumpridoras, enfim, a ganhar consciência e lucidez sobre os seus desígnios.

sábado, 16 de abril de 2011

QUANDO A NOBREZA SE APAGA...

"... em período de próximas eleições, malabarismos de marketing, afirmando e prometendo e o seu contrário ou pura e simplesmente que se fuja às suas responsabilidades, sobretudo se for para ocupar um lugar de maior destaque.
Esses espúrios comportamentos e atitudes vergonhosas, contribuíram decisivamente para a descredibilização das classes politicas e dos governantes responsáveis pela actual desorientação e desmotivação dos povos."

(Fernando Nobre, Janeiro de 2010)

quinta-feira, 14 de abril de 2011

ABRIL VALEU A PENA

Otelo Saraiva de Carvalho, principal mentor e líder do Movimento dos Capitães, que em 25 de Abril de 1974 derrubou o regime ditatorial de Salazar, declarou recentemente que se soubesse que o País chegava a este estado, não teria feito o 25 de Abril.
Camarada General, eu também estou desiludido. Eu também me sinto traído. Eu também estou desesperado, mas negar Abril, nunca o farei.
Abril valeu a pena, e se toda a esperança que transportou, continua adiada, a culpa também é nossa. Mesmo daqueles que como tu e eu, empunhamos armas em Abril.
Por consentimento, por omissão, e alguns até por traição, todos nós fomos enterrando o espírito de Abril.
A esperança continua legitima, nem que para tanto seja preciso um novo Abril.
Mas desistir da esperança, é trair o sonho e a rendição da justiça.

25 de Abril, SEMPRE.

segunda-feira, 11 de abril de 2011

FORA DO CONTEXTO

Desde sempre que fomos habituados a acreditar que a língua Portuguesa, é muito traiçoeira. Nada mais verdadeiro. E quando a aflição nos tolda o discernimento, podem acontecer coisas do arco da velha.

Era uma tarde de verão, por volta dos idos de setenta. Uma arreliadora dor, começou a manifestar-se na zona da bexiga e não demorou muito a tornar-se quase insuportável.

Da Rua do Comercio, onde morava, até ao Hospital, não iam mais de cinco minutos a pé, mas foi em dificuldade que lá cheguei.

Depois de cumpridos os habituais preceitos, foi-me pedido que aguarda-se na sala de espera, o que fiz na companhia de mais duas ou três pessoas.

A dor, essa era cada vêm mais insuportável, e o tempo de espera tornou-se um verdadeiro martírio.

Finalmente, uma senhora de bata branca apareceu e perguntou:

-- Quem é o da dor?

-- O da dor, sou eu! Respondi de imediato.

-- Faça favor de me acompanhar!

A senhora da bata branca pareceu-me uma visão celestial, pois que representava a esperança do fim daquela maldita dor.

No consultório, mandou-me deitar na Marquesa e começou a aproximar vários instrumentos estranhos. Inexplicavelmente introduziu-me no braço uma seringa ligada a um tubo, e o saquinho pendurado começou a encher-se com o meu sangue. Eu devia estar muito mal, pois aquilo parecia-me uma medida drástica, e nada agradável.

Foi coisa rápida. Pouco depois retirou o equipamento, deu-me instruções para descansar um pouco, e que depois podia ir embora.

-- Ir embora? Qual ir embora! Cada vez a dor me dói mais, e a senhora manda-me em embora??

-- Dor? Qual dor?? O Senhor está aqui para dar sangue, de acordo com o que estava combinado.

De repente ambos compreendemos o erro: A Senhora da bata branca procurava o dador, e não o da dor.

Fui imediatamente encaminhado para outra sala. Foi-me diagnosticada uma infecção urinaria, e após uma injecção rápida, comecei a sentir melhoras evidentes.

Não sei o que fizeram ao meu sangue, mas ainda hoje tenho uma péssima relação com seringas, cuja visão temerosa, disfarço a custo, mas sem dar parte fraca.

sábado, 9 de abril de 2011

POEMA DO DESESPERO


“Se eles comem tudo

E não deixam nada,

Não posso ficar mudo

À espera da morte anunciada.”


O que precisará este Povo

Para viver à sua maneira?

Para ter um destino novo

É preciso morrer outra ceifeira?

Talvez outro pintor

Ou um operário desconhecido.

Ou para se ouvir o seu clamor

Tem de cair outro General destemido?

Talvez seja preciso escolher

Entre a fome e a bala;

Ter a liberdade de morrer

Em nome da voz que não se cala.

segunda-feira, 4 de abril de 2011

BOLA? ISSO É COISA DE ALIENADOS

Hoje não quero aqui conversas de bola. A bola não me dá comer, e tenho mais que fazer.
Aliás, eu nem gosto de bola. E tenho raiva de quem gosta.
Raio de sorte...não me chateiem, pá!!!!!
Alguém tem ai um compensan?. Ou uma Renni??