terça-feira, 29 de janeiro de 2013

MORAPESCA 2013


A Câmara Municipal de Mora leva a efeito, de 22 a 24 de Fevereiro, a XI edição da MoraPesca – certame que apresenta anualmente as mais recentes tecnologias e artigos ligados à pesca desportiva.

Tendo como palco o Pavilhão Municipal de Exposições do Parque de Feiras local, a XI edição apresenta mais de 30 empresas do sector e respectivas tecnologias ligadas àquele desporto, num total de mais de 30 expositores e 106 stands que ocupam 3.500 metros quadrados de área coberta.

O programa oficial inclui provas de pesca nas pistas de Cabeção e de Mora, concursos no recinto da feira, animação musical e, claro, as tasquinhas de comes e bebes.

A MoraPesca é assim a oportunidade para os pescadores, e não só, rumarem ao concelho mais a noroeste do Alentejo e provar uma gastronomia ímpar, visitar o Fluviuário de Mora e passear pelo parque do Gameiro, palmilhando o passeio fluvial que bordeja o rio Raia.

A edilidade aguarda mais de 30 mil visitantes durante os três dias do certame.

sábado, 26 de janeiro de 2013

BARRAGEM DE MONTARGIL QUASE NO LIMITE

Belas fotos de Rui Carapinha, da Nova Cultura, de Montargil.

Uma Barragem que os Morenses sempre adoraram. Este fim de semana, lá estarei para visita-la, e recordar outras "enchentes".









__________________

Imagens retiradas DAQUI, com a devida vénia.

quarta-feira, 23 de janeiro de 2013

CÂMARA DE MORA APROVA ORÇAMENTO DE 14 MILHÕES

A Câmara Municipal de Mora, no Alto Alentejo, aprovou um orçamento de 14 milhões de euros para o ano de 2013. Segundo a autarquia, a verba visa concluir as propostas que foram sufragadas pela população em 2009.

Fruto de uma situação financeira invejável, a Câmara Municipal de Mora irá proceder à aquisição de um novo autocarro, está a lançar um vasto conjunto de Obras e ainda detém aplicações financeiras no valor de 500.000 euros.

A Câmara de Mora anunciou ainda que não possui qualquer dívida a fornecedores, realizando pagamentos a 30 dias dentro do quadro de certificações que detém e que são da Qualidade, Ambiente, Segurança e Responsabilidade Social.

Mora situa-se no limite Noroeste do Alentejo e tem uma população de cerca de 5.000 habitantes.

A 100 km de Lisboa, possui diversas atrações turísticas, com destaque para o primeiro fluviário da Europa que já recebeu mais de 675 mil visitantes em seis anos.

Importante polo de Megalitísmo, o concelho orgulha-se de ter monumentos nacionais, ribeiras para a pesca desportiva e uma gastronomia ímpar.
 
in sul informação

quinta-feira, 17 de janeiro de 2013

A QUADRATURA DO CIRCULO






“A situação a que chegámos não foi uma situação do acaso. A UniãoEuropeia financiou durante muitos anos Portugal para Portugal deixar de produzir; não foi só nas pescas, não foi só na agricultura, foi também na indústria, por ex. no têxtil. Nós fomos financiados para desmantelar o têxtil porque a Alemanha queria (a Alemanha e os outros países como a Alemanha) queriam que abríssemos os nossos mercados ao têxtil chinês basicamente porque ao abrir os mercados ao têxtil chinês eles exportavam os teares que produziam, para os chineses produzirem o têxtil que nós deixávamos de produzir. E portanto, esta ideia de que em Portugal houve aqui um conjunto de pessoas que resolveram viver dos
subsídios e de não trabalhar e que viveram acima das suas
possibilidades é uma mentira inaceitável. Nós orientámos os nossos
investimentos públicos e privados em função das opções da União
Europeia: em função dos fundos comunitários, em função dos subsídios que foram dados e em função do crédito que foi proporcionado. E portanto, houve um comportamento racional dos agentes económicos em função de uma política induzida pela União Europeia. Portanto não é aceitável agora dizer… podemos todos concluir e acho que devemos concluir que errámos, agora eu não aceito que esse erro seja um erro unilateral dos portugueses. Não, esse foi um erro do conjunto da União Europeia e a União Europeia fez essa opção porque a União Europeia entendeu que era altura de acabar com a sua própria indústria e ser simplesmente uma praça financeira. E é isso que estamos a pagar!

A ideia de que os portugueses são responsáveis pela crise, porque
andaram a viver acima das suas possibilidades, é um enorme embuste.
Esta mentira só é ultrapassada por uma outra. A de que não há
alternativa à austeridade, apresentada como um castigo justo, face a
hábitos de consumo exagerados. Colossais fraudes. Nem os portugueses merecem castigo, nem a austeridade é inevitável.

Quem viveu muito acima das suas possibilidades nas últimas décadas foi a classe política e os muitos que se alimentaram da enorme manjedoura que é o orçamento do estado. A administração central e local enxameou-se de milhares de "boys", criaram-se institutos inúteis, fundações fraudulentas e empresas municipais fantasma. A este regabofe juntou-se uma epidemia fatal que é a corrupção. Os exemplos sucederam-se. A Expo 98 transformou uma zona degradada numa nova cidade, gerou mais-valias urbanísticas milionárias, mas no final deu prejuízo. Foi ainda o Euro 2004, e a compra dos submarinos, com pagamento de luvas e corrupção provada, mas só na Alemanha. E fora as
vigarices de Isaltino Morais, que nunca mais é preso. A que se juntam os casos de Duarte Lima, do BPN e do BPP, as parcerias
público-privadas e mais um rol interminável de crimes que
depauperaram o erário público. Todos estes negócios e privilégios
concedidos a um polvo que, com os seus tentáculos, se alimenta do
dinheiro do povo têm responsáveis conhecidos. E têm como consequência os sacrifícios por que hoje passamos.

Enquanto isto, os portugueses têm vivido muito abaixo do nível médio do europeu, não acima das suas possibilidades. Não devemos pois, enquanto povo, ter remorsos pelo estado das contas públicas. Devemos antes exigir a eliminação dos privilégios que nos arruínam. Há querenegociar as parcerias público privadas, rever os juros da dívida pública, extinguir organismos... Restaure-se um mínimo de seriedade e poupar-se-ão milhões. Sem penalizar os cidadãos.

Não é, assim, culpando e castigando o povo pelos erros da sua classe política que se resolve a crise. Resolve-se combatendo as suas causas,o regabofe e a corrupção. Esta sim, é a única alternativa séria à austeridade a que nos querem condenar e ao assalto fiscal que se anuncia."

(António Costa, Presidente da Câmara M. Lisboa)

terça-feira, 15 de janeiro de 2013

O REGRESSO ÁS ORIGENS


Desde o tempo do Filho Pródigo que pelas mesmas ou outras razões, as pessoas individualmente ou em grupo, se questionam sobre o regresso às origens.
Mas se nesta parábola de Jesus, o filho pródigo resolveu o seu problema como perdão do pai, já o mesmo parece não ser suficiente nos dias de hoje.

Muito se tem falado no “regresso à terra”, por parte de milhares de Portugueses, como resposta à crise actual  Esta crise que se instalou em Portugal, leva muita gente a entender como boa opção voltar a explorar os campos abandonados, produzir os seus próprios alimentos e a vender os excedentes, como forma de rendimento adicional. 
Isto claro, para quem ainda tem trabalho, porque muitos já perderam o emprego, a casa, o carro e até a sua dignidade corre perigo. Esses serão os que regressam de forma definitiva, para viver certamente bem pior que quando saíram em busca de uma vida melhor. Alguns, os familiares mantiveram os terrenos arados e as casas habitáveis, mas muitos outros vão ter que reconstruir tudo de novo: Recuperar os campos, reconstruir as casas e as suas vidas.

Mas há pior: Os que não têm para onde ir. Provavelmente desses não rezará a história.
Mas se tudo isto se confirmar, que futuro será o desta gente? Como funcionarão estas famílias? Na verdade, estas pessoas encontrarão as suas Vilas e Aldeias sem escolas, sem hospitais, sem maternidades, sem correios e sem outros serviços públicos essenciais a uma vida normal. Como cuidarão da sua saúde, onde nascerão os seus filhos e onde vão aprender a ler, a escrever e a fazer contas?  Também aqui será necessário regressar às origens?.

Alguém dizia que a crise tem culpados, e austeridade não vai levar a nenhuma recuperação, mas antes constitui o caminho mais curto para o maior empobrecimento do povo. Concordo plenamente.
Imagino que o dinheiro não foi queimado, portanto continua a existir. Só que mudou de mãos. Se lhe seguir-mos o rasto, encontraremos os tais culpados. Mas sabemos que os que nos têm governado não são culpados. Quem geria os dinheiros públicos, também está inocente. Quem distribuía o dinheiro que vinha da EU, também não tem culpa. Os que foram apanhados nos sistemas de corrupção e tráfico de influências, são impolutos. Quem deveria fazer justiça, não é visto nem achado no assunto.
Quem são então os grandes culpados? Os verdadeiros culpados da crise, são os velhos e os doentes, que só servem para gastar dinheiro em medicamentos e reformas. São as escolas, que se fartam de gastar dinheiro com alunos, professores, livros e materiais escolares, sem que ninguém perceba para que serve isso. São os hospitais, que se fartam de gastar dinheiro em experiências, tipo operações, exames, analises, raios de isto e daquilo, tudo coisas que não servem para nada. É a função pública Municipal, que pouco mais faz que varrer ruas, arranjar calçadas, recolher lixo, limpar valetas, remover escombros, limpar esgotos e outras tretas inúteis. E é principalmente o resto do povo, que para alem de pagar impostos e trabalhar das oito às cinco, pouco ou nada faz.

Estando encontrado o culpado, está encontrada a solução: Mudar de povo.


sábado, 12 de janeiro de 2013

O POSTIGO DAS MANGAÇÕES





A Ceifa

Todos os dias era o mesmo fado. Os primeiros acordes do galo pedrês, o lusco-fusco da madrugada, a foice com as dedeiras a tiracolo e o compasso do jumento, azinhaga fora, rumo à charneca e à cabana que o meu avô havia feito de colmo e junco. 
Interrompíamos a jornada, apenas e só quando se justificasse! Se alguém que mal ouvia a chiadeira própria de uma carroça desgastada, se assomava ao postigo de algum monte para dar os bons dias; se precisássemos de bebericar nalguma fonte, de preferência, a que tivesse o cocho pendurado; ou para recolher túberas, tubérculos silvestres tão apreciados quão raros; ou ainda para dois dedos de conversa com algum pastor. 
Numa dessas ocasiões, um cabreiro, marcado por um livro que nunca leu, balbuciou que um dia as estradas seriam negras como breu e que o mundo estaria perdido. Própria de uma criança de sete ou oito anos achava aquela personagem tão fascinante quanto enigmática. Diria mesmo que era enxertada em chavelho de cabra, parafraseando um meu compincha. O avô alegava que não eram ideias da cabeça dele, mas sim as profecias do Bandarra.
Só sei que o alcatrão cresceu, a cabana pereceu, o fogo apareceu e as túberas deram lugar a bolas de golfe perdidas à superfície do green!

Nuno Miguel Prates, Montargil

AQUI
















(Imagem Think Higher)