segunda-feira, 7 de setembro de 2009

Novas Tecnologias entre Pais e Filhos

Tema recorrente em artigos de psicologia nas revistas e jornais, a hiperactividade e o défice de atenção nas crianças e jovens tem ganhado uma dimensão mediática que será, porventura, maior que a própria realidade. Parece que quase todas as crianças e jovens de hoje, com maior ou menor intensidade, sofrem destas disfunções, o que está longe de ser verdade.

Mas é verdade que a falta de atenção e motivação em relação ás exigências educativas tem sido cada vez mais notada, por professores e pais, em crianças e jovens. Não é, também, desconhecido do público em geral, a associação feita entre estas questões, e as novas tecnologias, vulgo computadores, internet, consolas de jogos e telemóveis (não esquecendo a já cinquentona televisão).

De facto, para pais, professores e agentes educativos em geral, torna-se muito difícil competir com os últimos jogos que saíram para a PlayStation 3. Mas não existem motivos para desespero. Para professores e outros agentes educativos, as novas tecnologias contribuem também para tornar mais atraentes as aulas, senão mesmo expandir a sua função de aprendizagem (caso de consultas guiadas á internet nas aulas, por sites com informação relevante para as matérias leccionadas).

No entanto, cabe ás famílias, desde a idade mais precoce, tanto a preparação das suas crianças para o mais correcto e equilibrado usufruto destas tecnologias (com regras previamente estabelecidas entre pais e filhos), como atrai-las a formas de interagir bem mais clássicas. Estou a referir-me aos jogos tradicionais, aos Legos, aos passeios familiares, em suma, meus caros pais, há que arranjar, desde muito cedo, tempo para BRINCAR com os pequenos. Sabemos das exigências da vida quotidiana, mas brincar com os seus filhos irá capacitá-los para interagirem de forma mais saudável e proveitosa no futuro. Encare isto como um investimento na educação e felicidade pessoal e profissional dos seus filhos (pense também em tudo o que vai poupar em explicadores e psicólogos).

E também você, minha cara mãe ou pai, precisa, talvez, de brincar um pouco. A vida já é tão dura e exigente que, já agora, é melhor aproveitar a alegria dos seus filhos, enquanto eles estão consigo. Uma hora por dia de brincadeira conjunta, será pedir muito? Podem fazer turnos. Há que agarrar a atenção das crianças enquanto é tempo.

Miguel Eduardo Lopes (psicólogo)

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