terça-feira, 27 de abril de 2010

A SOLIDARIEDADE COMO FORMA DE NEGOCIATA



Já aqui me debrucei sobre o assunto, mas graças a um amigo, estou agora melhor informado.
A campanha a favor das vitimas na Madeira através de chamadas telefónicas, é um insulto à boa fé da gente generosa, e um assalto à mão armada.
Pelas televisões a promoção reza assim: Preço da chamada 060€+ IVA.
São 0,72€ no total. O que por má fé não se diz é que o donativo que deverá chegar ao beneficiário Madeirense, é de apenas 0,50€. Assim oferecemos 50 cêntimos a quem carece, mas cobram-nos 72, ou seja mais 22cêntimos (30%).
Quem fica com a diferença?.

1º a PT com 0,10€ (17%)isto é, a diferença entre 50 e 60 cêntimos.
2º o estado com 12 cêntimos (20%) referente ao IVA sobre 60 cêntimos.

Numa campanha de solidariedade, a aplicação de uma margem de lucro pela PT e da incidência de IVA pelo estado,são o retrato da baixa moral a que tudo isto chegou.

4 comentários:

  1. Que a PT fique com a sua parte,áté que admito, mas o estado explorar uma situação de solidariedade, é lamentavel.

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  2. Este assunto já tinha sido abordado neste blog, em Fevereiro, mas o seu interesse mantém-se actual.
    De facto, as contas são fáceis de fazer:

    - Às organizações de solidariedade foram atribuidos 1.200.000 euros (arredendemos os núneros).

    - a 0,50 foram feitas 2.400.000 chamadas.
    - a 0,10 a PT lucrou 240.000 euros.
    - a 0,12 o Estado arrecadou 288.000 euros.

    Resultado:
    - Solidariedade - 1.200.000 euros
    - PT e Estado - 528.000 euros.

    De certeza que a larga maioria das pessoas que solidariamente participou nesta campanha, e, felizmente participaram muitíssimas, não se aperceberam desta "falta de solidarierade". Ou oportunismo.
    É o país da anedota.

    Um abraço amigo Aníbal.
    C.B.

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  3. Nestas contas é preciso não esquecer que o estado somos todos nós, o curioso é quando as coisas correm mal todos apelamos à solidariedade do estado.
    O estado só pode responder às solicitações se os seus cidadãos forem solidários.
    O estado não é uma entidade abstracta, este discurso serve normalmente gente que é contra o estado mas serve-se do estado em toda a linha.

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  4. A sua opinião é tão legitima como qualquer outra, mas suponho que a solidariedade dos cidadãos, não pode ser pagar imposto sobre a solidariedade.
    Veja bem : Eu sou chamado a fazer um esforço extra, retirando um pouco do que tenho, para ajudar o meu semelhante. Acha que é licito ao estado retirar para si, uma parte desses esforço?.
    Discordo do seu ultimo paragrafo: Aqueles que de facto se servem do estado em toda a linha, nunca foram contra o estado.
    Obrigado pela sua opinião.

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