sábado, 17 de abril de 2010

POEMA OCASIONAL




Loira, como trigais maduros
beleza selvagem, agreste
seios agressivos, duros
Falaste, mas não ouvi o que disseste
Sorriso lindo, traidor
parecia sem sombra de pecado
Olhar lânguido, provocador
e um acenar armadilhado
expressão gaiata,trocista
Pose estudada, prometedora
perpetuo movimento fatalista
disfarçada de benfeitora
Figura apaixonante, de folhetim
pincelada de segredos
lábios coloridos, carmesim
Não tem duvidas, não tem medos
Desafiante argucia, imprudente
Finória, de sibilina justificação
Fogueira viva, incandescente
pronta para a explosão
Não serei gratuito defensor
tão pouco sou de acusar
Como ocasional observador
só me resta...calar.

Na imagem: O nascimento de Vénus,
de Sandro Boticelli

1 comentário:

  1. Para um observador de ocasião, até que não lhe escaparam os promenores.
    Gostei. Parabens.

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