quarta-feira, 25 de maio de 2011

INTROSPECÇÃO


Fazendo rima
Rumo ao verso
Remo contra o adverso
Rasgo o tempo que se aproxima.


Empilho pedaços de memória
Como balsâmicos unguentos,
E de todos esses momentos
Se constrói uma história.
Pego em aromas do passado
Uns de acácia, outros de hortênsia,
E do odor de tal essência
Não saiu perfume acabado.
Dos prazeres fugazes,
Não sobrou nem lembrança
Nenhuns são capazes
De lembrar alguma esperança.
Vivi sempre na margem
Do futuro organizado,
Mas nunca me faltou coragem
Em terreno tão minado.
Dos traumas antigos
Fiz armadura resistente,
E dos falsos amigos
Vigilância permanente.
Sou pois, um sobrevivente
Nascido em plano inclinado,
Mas esse plano transcendente,
Nunca se inclinou para o meu lado.

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