sábado, 28 de agosto de 2010

A SOLDADO DESCONHECIDA


Josefa, 21 anos, a viver com a mãe. Estudante de Engenharia Biomédica, trabalhadora de supermercado em part-time e bombeira voluntária. Acumulava trabalhos e não cargos - e essa pode ser uma primeira explicação para a não conhecermos.



Afinal, um jovem daqueles que frequentamos nas revistas de consultório, arranja forma de chamar os holofotes. Se é futebolista, pinta o cabelo de cores impossíveis; se é cantora, mostra o futebolista com quem namora; e se quer ser mesmo importante, é mandatário de juventude.
Não entra é na cabeça de uma jovem dispersar-se em ninharias acumuladas: um curso no Porto, caixeirinha em Santa Maria da Feira e bombeira de Verão. Daí não a conhecermos, à Josefa. Chegava-lhe, talvez, que um colega mais experiente dissesse dela: "Ela era das poucas pessoas com que um gajo sabia que podia contar nas piores alturas." Enfim, 15 minutos de fama só se ocorresse um azar...
Aconteceu: anteontem, Josefa morreu em Monte Mêda, Gondomar, cercada das chamas dos outros que foi apagar de graça.
A morte de uma jovem é sempre uma coisa tão enorme para os seus que, evidentemente, nem trato aqui.
Interessa-me, na Josefa, relevar o que ela nos disse: que há miúdos de 21 anos que são estudantes e trabalhadores e bombeiros, sem nós sabermos.
Como é possível, nos dias comuns e não de tragédia, não ouvirmos falar das Josefas que são o sal da nossa terra?
Por FERREIRA FERNANDES, Diário de Notícias » (sic)


Publicado no DN à alguns dias atrás, mas pouco importa quem o publicou!
Publicou o que sentiu e escreveu o que pode e conseguiu, um Bem Haja por isso.

Esta jovem como tantos outros jovens, homens e mulheres por este Portugal têm esta força de ajudar o seu semelhante, uma força que os move e impulsiona sem esperarem qualquer recompensa ou projecção pessoal.
Infelizmente conseguem alguma projecção a quando desgraças como a da sua morte em prol dos outros ocorre.
Será que as pessoas sequer param?!... Assim, paradas com o olhar distante a pensar no que significa este amor, esta dedicação, este propósito, este ideal de um mundo mais humano e mais justo, crença pela qual jovens como a Josefa dão as suas vidas? Transfiram isto para os vossos filhos, pais, família chegada e reflictam, custa pouco pensar, mas custa muito mais sofrer pela falta de consciência de que a Josefa e muitas Josefas por este País e mundo fora, também são muito queridos filhos de país que agora sofrem o pior de todos os sofrimentos, a morte de um filho.
Aqui não há lugar para culpas, só para culpados!
Se a Josefa tivesse tido a possibilidade de ter equipamentos à altura deste grande flagelo que desde à demasiado tempo assola Portugal, talvez a Josefa e tantos dos seus camaradas não encontrassem tão facilmente a morte, falo de equipamentos avançados, meios de apoio modernos e em quantidade, que possibilitem a estes heróis estruturarem-se e agirem com o mais elevado treino e profissionalismo que poderiam ter. Mas não, são para sobreviver, muitas das vezes com enormes dificuldades, lojistas, funcionários disto e daquilo, que por amor ao próximo, nos seus tempos livres se dedicam, àquilo que de facto os move e lhes dá alento e felicidade, serem úteis ao seu semelhante em momentos de adversidade, pena é que os seus diversos governos, não lhes sigam o exemplo e se tornem eles também de alguma utilidade, porque até ao momento apenas têm-se servido do País em seu proveito próprio e jamais serviram, servem e pelos vistos servirão este país que se chama PORTUGAL, é pela sua incompetência que estes jovens como a Josefa morrem.

FICA EM PAZ JOSEFA!
PORQUE EM PAZ JAMAIS ESTARÃO AS CONSCIÊNCIAS DE GOVERNOS COMO O ACTUAL QUE EM 35 ANOS TÊM QUEIMADO PORTUGAL.

Domo Arigato Gozaimashita Josefa San e Gokigen Yo Sayonara.

Ouss
(Kamikase Sensei San)

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