quarta-feira, 10 de agosto de 2011

MORA - Nova descoberta megalítica


Um novo conjunto megalítico, que pode ser "único" na Península Ibérica, com seis menires tombados em forma de cruz, foi descoberto no início deste mês por investigadores da Universidade de Évora, no concelho alentejano de Mora.

“Se se vier a confirmar que as disposições que [os menires] têm atualmente, à superfície é a disposição que vamos encontrar nos alvéolos de implantação é [um monumento] único a nível peninsular”, disse hoje à Agência Lusa a arqueóloga Leonor Rocha.

Contudo, a mesma responsável advertiu que “só com posteriores escavações é que se pode vir a confirmar que é mesmo assim e que não foram mexidos”.

A descoberta dos seis menires, hoje divulgada pela Câmara de Mora, que apoia os trabalhos arqueológicos, ocorreu num sítio sobranceiro conhecido como Alto da Cruz, quando investigadores da Universidade de Évora trabalhavam numa pequena sepultura proto-megalítica.

Os menires encontram-se tombados, formando uma cruz, sendo que quatro deles estão dispostos num alinhamento Norte – Sul e os outros dois num alinhamento Este – Oeste. Três estão decorados com covinhas que, num dos casos, parece desenhar um símbolo solar.

“Ao contrário de outros monumentos que estão dispostos mais ou menos em semicírculo, ou aquilo a que nós arqueólogos denominamos como ferradura aberta para nascente, estes parecem estar dispostos em cruz, o que é extremamente estranho”, disse a arqueóloga.

O próprio topónimo do local, Alto da Cruz, já “apontava” para aquela disposição dos menires, frisou Leonor Rocha, considerando que, eventualmente, o nome do local remete para “o facto de as pessoas, antigamente, já terem reconhecido o monumento como estando pedras a formar uma cruz”.

A responsável adiantou que um sétimo menir, situado 300 metros dos outros, já identificado em 2002, parece fazer parte do conjunto agora descoberto.

Os dois monumentos com menires conhecidos no concelho de Mora, os recintos megalíticos de Vale d’El Rei e Fontainhas, foram identificados na década de 1970, durante os trabalhos para a Carta Geológica, realizados por técnicos dos Serviços Geológicos de Portugal.

@Lusa

(Na foto, Anta de Pavia)

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