sexta-feira, 19 de agosto de 2011

MANIFESTO ABERTO DOS INDIGNADOS LISBOA


Somos pessoas comuns. Pessoas com deveres , direitos e responsabilidades. Pessoas que se levantam todas as manhãs para estudar, trabalhar ou procurar emprego. Pessoas que têm família e contas para pagar. Pessoas que trabalham arduamente para proporcionar um futuro melhor àqueles que os rodeiam. Este é um movimento aberto, apartidário e não-violento , com uma estrutura horizontal sem líderes. Condenamos de forma clara o sistema político, económico e social. Recusamo-nos a ser escravos e reféns de uma classe política privilegiada e corrupta, de um sistema eleitoral fechado às pessoas, e de uma economia de mercado sem regras nem ética, que a todos nos deixa indefesos e sem voz. Defendemos uma democracia verdadeira assente nos seguintes princípios e normas de funcionamento: 1. - Estabelecimento gradual de uma democracia participativa em que sejam as pessoas a tomar as decisões relevantes para si próprias. 2. - Reforma da lei eleitoral de modo a que: - O voto de todos os portugueses tenha o mesmo valor e representatividade. - As eleições não sejam um exclusivo de partidos mas permitam candidaturas de cidadãos e colectivos. - Os mandatos sejam revogáveis, o programa eleitoral seja vinculativo e a sua alteração só possa ocorrer mediante referendo. 3. - Fim dos privilégios da classe política (reformas, imunidades, etc). Rigor nas incompatibilidades no exercício de cargos públicos e moldura penal agravada para os crimes cometidos no desempenho destas funções. 4. - Transparência em todos os actos do Estado e acesso dos cidadãos a toda a documentação sobre contratos, receitas e despesas públicas. 5. - Acabar com as práticas públicas de favorecimento dos interesses privados que atravessam o Estado. Regulação efectiva das entidades financeiras (banca, seguradoras, etc), de forma a evitar a especulação dos mercados. A responsabilidade de refundar a democracia, de construir um mundo diferente, mais justo, mais solidário, recai sobre todos nós. Juntos em Portugal, unidos a todos os que no mundo resistem e se revoltam, devemos lutar por resgatar aquilo que quase já se perdeu - a dignidade humana. O futuro é de todos nós: dos nossos avós, dos nossos pais, e sobretudo dos nossos filhos.

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