sábado, 6 de fevereiro de 2010

LÚCIA LYA, LÚCIA LYA








Lúcia foi o seu horizonte mais distante. Tão distante que acabou inatingível.
Barka amou-a mais que a sua própria vida, e pagou caro por isso. Ele próprio fruto de amores fugazes, não soube e não pode alimentar o fogo que aqueceria Lucia Lya. Aquele amor sempre vivera de lampejos raros, que oposições severas descuidavam.
Encontros fugazes eram claramente insuficientes para alimentar o espírito libertário e carente de Lucia, assim impelida para a busca de outros afectos.
Do outro lado da barricada que a vida teimava em impor-lhe, Barka sofria com as noticias que lhe chegavam, dando conta dos devaneios infiéis de Lúcia Lya.
Sentindo-se insuficiente, sem saber como reagir, Barka sentia aquele amor fugir-lhe por entre os dedos como sombra escapadiça. Longe dela, longe de si próprio, incapaz de reagir e de vencer a inercia que se apoderava dele, chorou a sua dor. E meu Deus, como doía.
Na verdade, aquele amor fora sempre maior que a sua capacidade para o suportar. A sua ingenuidade e os seus sonhos ilusórios, nunca o ajudaram a compreender os meandros de uma realidade que ele nem sabia que existia.
Desiludido, Barka partiu para outros reinos, quem sabe em busca de novas Princesas. De Lúcia guardou carinhosas lembranças. Dele próprio, desaparecido entre a bruma, nunca mais ninguém ouviu falar.

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