quinta-feira, 24 de março de 2011

BROTAS NO MAPA TURISTICO DO ALENTEJO

São quase uma dezena os agentes e comerciantes locais que responderam ao desafio da associação Abrottea, de Brotas (Mora), para afirmar a aldeia como destino turístico sustentável do Alentejo.
A associação, cujo objectivo é a dinamização cultural, histórica e ambiental daquela aldeia, realizou recentemente um colóquio sobre a aparição de N. Senhora de Brotas e aproveitou a ocasião para apresentar o projecto turístico.
Este projecto nasceu a partir da necessidade de associação dos agentes económicos locais mais ligados ao turismo por forma a poderem juntar-se e ‘vender’ a aldeia como um produto turístico completo e não através de actividades isoladas”, explica Pedro Mendonça da Abrottea.
À semelhança de muitas povoações alentejanas, a aldeia de Brotas tem uma santa padroeira. Reza a lenda que, N. Senhora terá aparecido e curado uma lesão na perna de uma vaca quando o pastor se preparava para a abater, por já não servir. Para salvar o animal, na aparição a santa terá pedido ao pastor para construir uma ermida no local.
Erguida a partir de uma pequena capela no século 15, e destino de romarias ao longo de quase 600 anos, o santuário mariano de N. Senhora das Brotas ainda hoje é o principal local de interesse do centro histórico da aldeia.
Até há pouco tempo, artesãos do barro e da azulejaria e outros potenciais actores turísticos - como o padeiro tradiciona ou os produtores de mel - sustentaram-se, cada um por sua conta, no interesse que o santuário desperta nos forasteiros. Mas, o Fluviário de Mora mesmo ali ao lado, a atrair anualmente milhares de visitantes vindos de todo o País, levou a Abrottea a meter mãos à obra e a desenvolver um projecto turístico colectivo e sustentável para a aldeia.

O que a associação promotora desta iniciativa está a tentar, uma vez que até está sediada neste maravilhoso centro histórico, é reunir todos os parceiros locais, incluindo as colectividades e a comunidade, as empresas como os restaurantes e as organizações de animação turística, no sentido de levar a cabo um processo participado em que todos contribuem para o ‘desdenho’ de brotas enquanto destino turístico”, resume José Nunes, técnico de turismo, da Associação de Desenvolvimento das Terras de Regadio (ADTR), consultora do projecto.

Para ambas associações, consolidado o destino turístico, será uma forma de combater o abandono da aldeia, onde o tecido empresarial é fraco e não convida à fixação da população.

Conhecida na região pela abundância de linhas de água onde já se praticam desportos radicais, pelos terrenos férteis em caça ou pela cresta, Brotas é detentora de um património natural e paisagístico pouco comum. São os ‘trunfos’ naturais, entre tantos outros, que a Abrottea, em parceria com a ADTR e a associação ANIMAR, identificou para, mesmo em tempo de crise, serem a ‘mola de força’ de Brotas.



Casas de Romaria
No dia da reportagem em Brotas, o Diário do Sul teve a oportunidade de conhecer as Casas de Romaria. Trata-se uma solução de alojamento turístico dispersa pela Rua da Igreja e que nasceu de um projecto de reabilitação urbana promovido pela Câmara Municipal de Mora, em concurso público.
O resultado são pequenas casas de habitação requalificadas e transformadas em unidades de alojamento de aldeia, decoradas tradicionalmente, mas equipadas para satisfazer as necessidades de uma família urbana. Ideal para fugir ao bulício da cidade numa escapadinha de fim-de-semana.

in Diário do Sul

(foto OLHARES- Fotografia Online)

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