quinta-feira, 30 de setembro de 2010

Quem se mete com o PS, leva...?


Todos sabem que aquilo em que acredito, não tem nada a ver com as convicções do CDS, mas até a mim doeu quando Paulo Portas "descascava" nas medidas anti-crise do governo PS, numa intervenção em directo, e o canal público lhe cortou a palavra 2 minutos depois, para dar informação desportiva.
Protecção ao Governo, ou simples questão programática?
" Yo no creio en brujas, pero que las hay, las hay."

quarta-feira, 29 de setembro de 2010

O AMOR É...


O amor não se condena
nem vale a pena contraria-lo.
Apenas aceita-lo.

Quantas vezes contraditório
Quantas vezes inglório
Quantas vezes fascinante
Quantas vezes obsessivo
Quantas vezes possessivo
Quantas vezes vacilante

Por vezes o amor é estranho
não se consegue ver o tamanho
mas é tão evidente.
Ás vezes sem fortuna
Sem nada que o una
acabando por ficar doente.

Estranha forma de sentir
este glorioso sentimento,
não se pode prevenir
nem escolher o momento.
Mas ele é a força da vida
e a razão da nossa existência;
Não tem forma definida,
nem conhece a prudência.

É capaz de mover montanhas
e ter a ternura de quem afaga.
Chega a doer até às entranhas
mas tem uma luz que não se apaga.
Não se vive sem amor
mesmo que faça sofrer;
Há quem recuse o seu calor,
mas isso não é viver.

domingo, 26 de setembro de 2010

NOBEL OU IgNOBEL? TALVEZ IGNÓBIL



O Nobel da Paz acaba de vender à Arábia Saudita, 60 mil milhões de dolares de artefactos pacifistas: 84 caças F-15 e 200 Helicópteros (Apache, Black Hawks e little Birds).
Este pacifista premiado, é o maior vendedor de armas, do mundo.
Só pode ser para implementar a paz...

sábado, 25 de setembro de 2010

As melhores frases dos piores alunos



*O Convento dos Capuchos foi construído no céculo 16 mas só no céculo 17 foi levado definitivamente para o alto do monte. *
(claro! Com o peso demorou 100 anos para subir o monte!!!)

*A História divide-se em 4: Antiga, Média, Momentânea e Futura, a mais estudada hoje*
(a Futura é particularmente estudada pela "Maya")

*O metro é a décima milionésima parte de um quarto do meridiano terrestre e para o cálculo dar certo arredondaram a Terra! *
(Ups! Até eu me vi atrapalhada para fazer o cálculo. Imaginação tem ele... vai ser matemático com certeza, Portugal precisa de matemáticos com imaginação)

*Quando o olho vê, não sabe o que está a ver, então ele amanda uma foto eléctrica para o cérebro que lhe explica o que está a ver.*
(nada mal pensado. Somos uma máquina fotográfica em potência e em funcionamento contínuo)

*O nosso sangue divide-se em glóbulos brancos, glóbulos vermelhos e até verdes! *
(acho que faltam os Azuis!!Ah, mas esses com o apito dourado andam em fuga)

*Nas olimpíadas a competição é tanta que só cinco atletas chegam entre os dez primeiros.*
(entende-se agora a prestação de Portugal nos jogos olímpicos!!!)

*O piloto que atravessa a barreira do som nem percebe, porque não ouve mais nada.*
(claríssimo!! Se passou a barreira 1º do que o som, quando este chega já ele passou, por isso não o ouve. Será?)

*O teste do carbono 14 permite-nos saber se antigamente alguém morreu.*
(Assim de momento acho que hoje em dia basta verificar se o coração parou ou se respira... quer dizer... digo eu... mas, pelo sim pelo não, que se faça o teste do carbono 14, se os "gajos" do CSI descobrem uiui)

*O pai de D. Pedro II era D. Pedro I, e de D. Pedro I era D. Pedro 0*
(E antes foi o Pedro -1, já agora)

*Em 2020 a caixa de previdência já não tem dinheiro para pagar aos reformados, graças à quantidade de velhos que não querem morrer.*
(São uns chatos os velhos! Se o Socras topa o "jogo" deles...)

*O verme conhecido como solitária é um molusco que mora no interior, mas que está muito sozinho..* ("tadinho", espero que não tenha medo do escuro ou das trovoadas, não merece tanto sofrimento)

*Na segunda guerra mundial toda a Europa foi vítima da barbie!
(Queria dizer, decerto, barbárie! Ainda não existiam os Morangos com Açucar... aí então é que era lindo, não era a barbie que levava a melhor não!)

*O hipopótamo comanda o sistema digestivo e o hipotálamo é um bicho muito perigoso.*
(nem sei que diga... se a protecção dos animais descobre estamos todos tramados)

*A Terra vira-se nela mesma, e esse difícil movimento chama-se arrotação.*
(não consigo encontrar melhor definição)

*Lenini e Stalone eram grandes figuras do comunismo na Rússia.*
(exactamente, principalmente o Stalone)

*Uma tonelada pesa pelo menos 100Kg de chumbo.*
(Diabos me levem...!!!)

*A fundação do Titanic serve para mostrar a agressividade dos ice-bergs.*
(claro, nem a experiência podia ter sido feita de maneira diferente; tinha de ser usado um dos animais mais agressivos que se conhece para obter a dita fundação)

*Para fazer uma divisão basta multiplicar subtraindo.*
(atenção, não tentem fazer isto em casa, pode ser perigoso... pelo menos complicado é! Pelo sim pelo não peçam esclarecimentos ao futuro professor catedrático de análise matemática)

*A água tem uma cor inodora.*
(pois... eu também gosto muito dessa cor)

*O telescópio é um tubo que nos permite ver televisão de muito longe.*
(o tipo deve ser "espião" da vizinhança, sinceramente... já ninguém quer aderir ao MEO... anda tudo a "chular" os vizinhos. Será que com o telescópio conseguiu ver a grande penalidade fora da área?!)

*O sul foi posto debaixo do norte por ser mais cómodo.*
(obviamente que sim. Tinha algum jeito o contrário? E até aposto que foi um alentejano que teve essa brilhante ideia)

*Os rios podem escolher desembocar no mar ou na montanha.*
(é isso! Ao nascerem podem escolher... viva a liberdade de escolha!)

*Os escravos dos romanos eram fabricados em África, mas não eram de boa qualidade.*
(Racista... só os fabricados na China é que são bons não?!)

*A baleia é um peixe mamífero encontrado em abundância nos nossos rios.*
(todos os dias me cruzo com baleias ao atravessar o rio, é tão giro)

*Newton foi um grande ginecologista e obstetra europeu que regulamentou a lei da gravidez e estudou os ciclos de Ogino-Knaus. *
(Não consigo ter palavras, nem quero pensar o que diria ele sobre a actual lei do aborto)

*Ao princípio os índios eram muito atrasados mas com o tempo foram-se sifilizando.*
(tal qual como quem escreveu, isto digo eu... cheia de esperança!!)

*A Terra é um dos planetas mais conhecidos e habitados do mundo.*
(questão para se perguntar... quantos planetas tem o mundo?)

*A Latitude é um circo que passa por o Equador, dos zero aos 90º.*
(os "circos" deste são mais pequenos que o habitual, mas está bem, é uma opinião a ser estudada!!) Também gosto de por o...

*Caudal de um rio, é quando um rio vai andando e deixa um bocadinho para trás!*
(é claro. Caso contrário ficava vazio depois de passar. Deve ser uma forma de o encontrarem)

*Princípio de Arquimedes: qualquer corpo mergulhado na água, sai completamente molhado. *
(disso não há dúvida nenhuma)

(Recebido por e-mail)

terça-feira, 21 de setembro de 2010

PENSAMENTOS...



Não temas inimigos verdadeiros
Pois conheces os seus perigos,
Mas cuidado com os matreiros
Que se fazem passar por amigos.
Cuidado com quem te saúda
Mas não te olha de frente,
Nem esperes que te acuda
Quem não vem de boa semente.
Não julgues o mal nutrido
Nem o olhes por cima dos ombros,
Há muito segredo escondido
Numa casa em escombros.
Não acredites sem fundamento
No que te prometem alegremente,
O seu incumprimento
Deixar-te-á menos descontente.
Uma luz na escuridão
Pode não vir do farol,
Muitas vezes a ilusão
É que nos rouba o sol.

sábado, 18 de setembro de 2010

Não nos deslargam


"O jogador da equipa visitada, Micolli, desmandou-se em velocidade tentando desobstruir-se no intuito de desfeitear o guarda-redes visitante. Um adversário à ilharga procurou desisolá-lo, desacelerando-o com auxílio à utilização indevida dos membros superiores, o que conseguiu. O jogador Micolli procurou destravar-se com recurso a movimentos tendentes à prosecução de uma situação de desaperto mas o adversário não o desagarrava. Quando finalmente atingiu o desimpedimento desenlargando-se, destemperou-se e tentou tirar desforço, amandando-lhe o membro superior direito à zona do externo, felizmente desacertando-lhe. Derivado a esta atitude, demonstrei-lhe a cartolina correspectiva."

Extracto do relatório do arbitro Carlos Xistra, relativo ao jogo Benfica - Estrela, (3-1) relativo à apresentação ridícula de um cartão amarelo ao jogador Miccoli, do Benfica.

É este monumento à língua Portuguesa, que amanhã vai arbitrar o Glorioso. Estes xistremas nunca mais nos "deslargam" da mão. Por mais que a gente reclame, não nos "desagarram".
Se não se portar bem," amandamos-lhe", com o "correspectivo" gato morto às fuças.

sexta-feira, 17 de setembro de 2010

Vamos!: Ontem aconteceu a primeira iniciativa Vamos!

Vamos!: Ontem aconteceu a primeira iniciativa Vamos!: "Ontem teve início a iniciativa "Vamos!". Numa tribuna pública em que qualquer homem ou mulher pode intervir, passaram algumas dezenas de pessoas para quebrar o consenso da crise através das suas próprias palavras. A distribuição da riqueza, as consequências da crise, o peso da pobreza foram alguns dos temas que impulsionaram várias pessoas a intervir neste espaço colectivo: a Rua. Para a próxima semana há mais.

Na próxima 5a feira estaremos na rua, com música ao vivo e vontade de protestar e de debater sobre Democracia e serviços públicos.

quinta-feira, 16 de setembro de 2010

segunda-feira, 13 de setembro de 2010

O Velho Amigo



viera da terra há anos
fazia impressão olhar
a sua magreza seria fome
a chuva o frio
o vento

as intempéries do tempo
da vida

encontrava-o às vezes no Rossio
ò Zé Sequeira - chamava ele
depois íamos tomar um copo de vinho
e falava-mos
tristes
para o silêncio não nos gelar
olhávamo-nos e adivinhávamos
a dureza dos dias
a lâmina dos dias nos nossos olhos sem brilho

e mesmo assim sorríamos
e então Mora
Mora a infância as geadas nos pés
ainda esse frio
agora pior no sangue


bem depois
quando aparecer um trabalhito


e despedíamo-nos e escondíamo-nos nas sombras
do Rossio


(José Vultos Sequeira, in Corpo de compromisso)

HOOLIGAN



Foto da autoria do amigo Marco calhau. Até aqui tudo bem. O pior é que ele afirma que sou eu. Mas alguém acredita que este hooligan possa ser uma pessoas tão calma e tranquila como eu? Náááá...

sábado, 11 de setembro de 2010

Onde se situa hoje uma grande parte da burguesia? Na dependência do Estado.

Lupen-burguesia”, parasitas e decomposição


A burguesia, que com a sua revolução, trouxe uma nova ordem económica mundial, uma nova relação de produção; que imprimiu alterações fundamentais na infra-estrutura e na super-estrutura; que enterrou um sistema feudal e aristocrata de esclavagismo das classes inferiores e de puro rentismo por parte das classes superiores; que revolucionou na ciência, na tecnologia, nos transportes, na maquinaria, etc., estará agora a sentir o fim do seu tempo? O projecto liberal-burguês mostra sinais de decomposição e de retorno a um modelo rentista e dependente e onde predomina a acumulação e parasitária de capital em detrimento da aplicação do capital em capital produtivo.

Ainda que se arvore dos ideais do liberalismo, da demissão do Estado em questões de mercado; ainda que permanentemente o projecto liberal-burguês e os partidos que o sustentam venham dizer que é preciso diminuir o peso do Estado na vida pública, o que é certo é que essa mesma burguesia se encontra e faz-se cada vez mais dependente dos Estados, o mesmo é dizer do dinheiro público, o mesmo é dizer do dinheiro dos trabalhadores em geral.

Este é um sinal de decomposição dessa ordem económica que a burguesia fundou: ao discurso do livre mercado contrapõe-se a necessidade de Parcerias Público Privadas para alimentar uma clientela burguesa; ao discurso da demissão do Estado da economia contrapõe-se o apelo da burguesia aos Estados para que estes salvassem o sistema bancário e a sua forma de vivência rentista baseada no casino das bolsas e do capital fictício; ao discurso da necessidade de menos Estado vemos uma burguesia a tentar acumular mais capital à custa dos Estados e das privatizações de sectores estratégicos, monopólios naturais e sectores que são garantidamente rentáveis.

Onde se situa hoje uma grande parte da burguesia? Na dependência do Estado. Vive à custa de injecções de dinheiro no sistema bancário, vive à custa da especulação sobre os défices; vive à custa dos negócios que os Estados e partidos da burguesia arranjam para si, como as parcerias público privadas e as privatizações “cirúrgicas” dos sectores que davam lucro ao Estado e agora passam a dar lucro à burguesia.

A burguesia, que desempenhou em tempos um papel revolucionário, mostra hoje que é necessário um novo salto qualitativo na história em direcção a uma nova sociedade. A mandriice, o rentismo, a improdutividade e a inacção feudal contra a qual a burguesia se rebelou é hoje a mandriice, o rentismo, a improdutividade e inacção que caracteriza grande parte dessa mesma burguesia. Todas elas resultantes de uma dependência absurda e parasitária em relação aos Estados e, determinante no novo imperialismo, o predomínio da financeirização do regime capitalista.

Podem dizer-nos que quem vive desta forma, quem acumula capital em dependência para com os Estados, quem vive do rentismo e do capital fictício são apenas pequenas camadas putrefactas ou decompostas da burguesia: os “lumpen-burgueses” que, à semelhança do lumpen-proletariado, faria parte de restos de uma velha sociedade encaixada na nova ordem de classes.

Mas esta “lumpen-burguesia” dependente e parasitária não é apenas uma minoria no projecto liberal-burguês e não se trata de representantes de uma velha sociedade; é sim, uma classe a regressar a modelos de acumulação e rentismo que existiram numa velha sociedade e que agora se recuperam como necessidade de uma burguesia que não consegue sobreviver sem os Estados e sem os seus partidos de Governo.

Podemos isolar uma “lumpen-burguesia” ou uma parte dessa ”lumpen-burguesia” da burguesia em geral, apesar de se saber que são co-proprietários de imensas empresas e multinacionais, nomeadamente pela via da detenção de acções, considerar que ela conforma uma “classe própria” dentro da classe burguesa global, apesar de ser numericamente menor, e dizer que é ela quem dita as regras aos governos predominantes no imperialismo global e é ela quem fez abortar ou tornar simbólicas as tímidas tentativas de regulação financeira global?

Se assim for poderemos colocar uma questão: perante um cenário em que esta parte ou esta “lumpen-burguesia” improdutiva e dependente se alastra: onde fica o problema da dialéctica? Se em termos de aplicação do capital em capital produtivo, burguesia e proletariado se encontravam numa relação dialéctica, em que um necessitava do outro (ainda que a relação de forças estivesse do lado da burguesia por deter o capital e meios de produção); que faz esta “lumpen-burguesia” para que seja necessária ao proletariado se nada produz e vive da dependência do Estado e do rentismo?

Neste caso a “lumpen-burguesia” necessita do proletariado porque necessita dos seus impostos para se manter como classe dominante e detentora do capital e do Estado como “plataforma funil” que encaminha os fundos à sua boca ávida e submete o proletariado. Mas qual é a relação dialéctica que o proletariado estabelece com esta classe, se ela se mostra inútil, se não cria postos de trabalho por ela, se depende do Estado e nesta dependência destrói o Estado social?

Poderemos afirmar que a “lumpen-burguesia” reconhece o extremo acirrar dessa contradição ao impor a aceleração do neoliberalismo, em particular na Europa?

Com este artigo não se pretende o encontrar de uma nova categoria social ou ideológica e sua definição, tão-só o espicaçar da interrogação dialéctica tão necessária aos novos tempos. Afinal, estes novos tempos vão tornando cada vez mais visível a necessidade de uma ruptura revolucionária.

Artigo de Moisés Ferreira
Texto retirado de:
http://uniaosinescgtp.blogspot.com/

" ÁS VEZES EU FICO IMOVEL..."



Podem roubarem-lhes as guitarras, mas não o talento.
Na musica Portuguesa, continuam a ser os homens do leme.

sexta-feira, 10 de setembro de 2010

Os nossos TOCA



Já aqui falei neles. Hoje voltei a vê-los actuar na abertura da ExpoMora.
Os Toca a Bombar estão muito bem. Evoluíram muito desde a ultima vez que os vi actuar.
Eu adoro Bombos, e ainda no Sábado vi ao vivo a expressão máxima dos bombos em Portugal: Os Toca a Rufar. Quando digo que os Toca a Bombar estão bem, sei o que estou a dizer.
Parabéns.

quarta-feira, 8 de setembro de 2010

EXPOMORA 2010


Mais uma Feira, mais uma festa.
Nestes tempos de crise, nem todos concordam com este tipo de realizações por acharem que os benefícios não justificam os custos. Até pode ser, mas a verdade é por todo o País se vê o mesmo tipo de politica.
Das duas uma: Ou de facto vale a pena, ou anda muita gente enganada.
De uma forma ou de outra, vamos à Feira e pronto.

terça-feira, 7 de setembro de 2010

Marinaleda - Uma aldeia andaluza que é um modelo de cooperação e de autogestão contra todos os centralismos



Marinaleda = 2600 habitantes,
Marinaleda= 0 banqueiros
Marinaleda = 0 Promotores imobiliários
Marinaleda = 0 Especuladores
Marinaleda = 0 polícias
Marinaleda = 0 desempregados

O município de Marinaleda tem uma longa tradição de luta travada pelos jornaleiros rurais o que explica o actual modo de vida existente naquela comunidade andaluz.
Em Marinaleda não há desemprego, nem guarda municipal, nem muito menos pároco.
Marinaleda está governada desde 1979 pelo Colectivo de Unidad de los Trabajadores - Bloque Andaluz de Izquierdas (CUT), partido de esquerdas e andalucista. No ano de 1986 o CUT, juntamente com outras organizações, criaram a Izquierda Unida, movimento que desde então governa o municipio.

http://www.marinaleda.com/inicio.htm




Marinaleda - Uma aldeia andaluza que é um modelo cooperação e de autogestão
por Mohamed Belaali

"Avenida da Liberdade", "Rua Ernesto Che Guevara", "Praça Salvador Allende, "Paz, Pão e Trabalho", "Desliga a TV, acende a tua mente", "Uma utopia rumo à Paz", etc são os nomes de ruas, de praças e dos slogans de uma aldeia andaluza não longe de Córdoba e de Sevilha que o visitante estrangeiro descobre no fim de uma estrada sinuosa em meio a campos de oliveiras, de trigo cortado e seco ao sol.

A rua principal da pequena aldeia com cerca de 3000 habitantes conduz directamente ao ayuntamiento dirigido por Juan Manuel Sánchez Gordillo, que ganhou todas as eleições por uma ampla maioria e isto desde há mais de trinta anos.

Juan Manuel é um homem simples que recebe os visitantes no seu gabinete, que ostenta um grande retrato de Ernesto Che Guevara, espontaneamente e naturalmente sem agendamento nem protocolo. Ele não hesita em deixar o seu gabinete para mostrar as casas brancas situadas em frente ao edifício e construídas colectivamente pelos próprios habitantes em terras oferecidas quase gratuitamente (15,52 euros por mês) pela comuna. Esta põe igualmente à sua disposição a ajuda de um arquitecto e de um mestre-de-obras. A região contribui com o grosso do material de construção. Promotores imobiliários, especuladores e outros parasitas não têm aqui lugar. A habitação deixa assim de ser uma mercadoria e torna-se um direito.

Juan Manuel fala com entusiasmo e orgulho das numerosas realizações dos habitantes do seu município, com números e gráficos para confirmar.

O empregado do café "La Oficina", um pouco afastado do ayuntamiento, relativiza um pouco as afirmações daquele dirigente mas confirma, no essencial, os avanços sociais da aldeia, nomeadamente a concessão dos terrenos àquelas e àqueles que precisam de uma habitação, primeira preocupação dos espanhóis. Ele confirma também a ausência total da polícia, símbolo da repressão estatal. Com efeito, os habitantes não experimentam qualquer necessidade de recorrer aos seus "serviços". Aqui os problemas de criminalidade, de delinquência, de vandalismo, etc estão ausentes. Eles pensam gerir e resolver eles próprios os problemas que possam surgir entre si. De qualquer forma, desde a partida para a reforma do último polícia, não consideraram útil substituí-lo.

Frente ao "La Oficina" ergue-se um edifício sobre o qual se pode ler "Sindicato de Obreros del Campo" e "Casa da Cultura". Mas esta grande sala serve igualmente como café, bar e restaurante. É um lugar de inter-relacionamento, debates, festa e convivialidade. É ali também que se encontram, a partir da madrugada, os trabalhadores agrícolas para um pequeno-almoço colectivo antes de partirem juntos para uma jornada de trabalho de 6h30 nos campo de "El Humoso", a 11 quilómetros da aldeia.

Esta terra andaluza, hoje trabalhada colectivamente, é testemunha de um passado carregado de acções, ocupações, manifestações, greves, marchas e processos nos tribunais. E é graças a esta luta muito dura e realmente popular que esta terra (1200 hectares) foi arrancada a um aristocrata da região, o Duque do Infantado. Nesta Andaluzia profunda as mulheres, apesar dos pesos sociais e dos preconceitos, desempenharam um papel determinante neste combate para que a terra pertença àquelas e àqueles que a trabalham.

Hoje "estas terras não são a propriedade de ninguém e sim de toda a comunidade de trabalhadores", como dizem os habitantes da aldeia.

Mas para estes operários, não se trata apenas de recuperar as terras, mas também de construir "um projecto colectivo no qual um dos objectivos é a criação de empregos e a realização da justiça social".

Foi assim que nasceu o conjunto das cooperativas que produzem e distribuem uma série de produtos agrícolas de grande qualidade que exigem ao mesmo tempo uma mão-de-obra abundante: azeite, conservas de alcachofras, pimentão vermelho, favas, etc. Os produtores directos destas riquezas trabalham de 2ª feira a sábado com um remuneração diária de 47 euros, qualquer que seja o seu posto ou seu estatuto. O excedente que resta é re-investido na empresa comum na esperança de criar mais empregos e permitir assim que todos trabalhem conforme o seu projecto colectivo. Eles tentam por a economia ao serviço do homem e não ao serviço do lucro. O desemprego aqui é quase inexistente, ao passo que ultrapassa os 25% da população activa na Andaluzia e 20% em toda a Espanha!

Em "El Humoso" as operárias e os operários falam com uma certa emoção da sua cooperativa, do seu trabalho, dos seus produtos, da solidariedade e da convivialidade que reinam entre eles. Mas evocam igualmente o temor de ver a sua unidade estalar por causa dos seus inimigos que pensam ser numerosos na região e mesmo em toda Espanha. Nos seus relatos revela-se muita convicção e muita humanidade.

Manolo, um operário da cooperativa, fala com carinho, como se se tratasse de uma pessoa, da máquina de extrair o azeite da azeitona, de que ele cuida. Não hesita em explicar o seu funcionamento, a manutenção de que precisa, etc a todos os visitantes. Fala igualmente com respeito do seu companheiro de luta, o presidente Juan Manuel que considera como "el ultimo" desta categoria de homens capazes de enfrentar um tal desafio e de conjugar num mesmo movimento pensamento e prática. Manolo evoca também a vida ascética do autarca da aldeia, as prisões e as perseguições judiciais que sofreu e o atentado do qual escapou. Com insistência, Manolo convida o visitante a retornar à cooperativa no mês de Dezembro ou Janeiro para admirar o trabalho de extracção do azeite.

Mas na aldeia não há nem hotel nem pensão para uma eventual estadia. Entretanto, a municipalidade põe graciosamente à disposição dos visitantes pavilhões os quais podem igualmente, se quiserem, partilhar o alojamento de alguns habitantes por uma quantia simbólica como em casa de António na avenida principal da aldeia. António acolhe calorosamente seus convidados com os quais gosta de falar da originalidade da sua aldeia e parece feliz por viver ali: "agora, dizia ele, vivemos em harmonia aqui".

Vivem igualmente em harmonia com os habitantes da aldeia os trabalhadores imigrantes, também eles contratados pela cooperativa de "El Humoso". Segundo diz o empregado do café da delegação sindical estes homens e mulheres fazem parte integrante da comunidade dos trabalhadores e participam como os outros nas decisões tomadas em assembleias-gerais. Com efeito, estas famosas assembleias fazem-se numa grande sala junto à delegação sindical onde ao lado das cadeiras brancas de plástico há toda espécie de louça e de toalhas armazenadas, provavelmente à espera de uma próxima festa popular. A sala é também ornamentada por um imenso e esplêndido quadro no qual se podem ver homens e mulheres em linhas cerradas antecedidos por dois homens e uma mulher com uma criança nos braços, todos a marcharem para a mesma direcção. "Hoje às 20h30, assembleia-geral na delegação sindical", diz a menagem difundida incansavelmente por uma camioneta que percorre todas as ruas da aldeia, convidando os habitantes à reunião para decidir os seus assuntos.

Eles organizam também os chamados "Domingos vermelhos" em que voluntários encarregam-se gratuitamente, entre outras coisas, de limpar e embelezar a sua comuna: manutenção dos passeios e jardins públicos, plantação de árvores, etc. A aldeia é não só uma das mais seguras como também a mais limpa da região!

A aldeia é relativamente rica em equipamentos colectivos em comparação com as comunas vizinhas. Os habitantes podem banhar-se durante todo o Verão na piscina municipal pela módica quantia de três euros. O infantário para crianças não lhes custa senão 12 euros por mês, refeições incluídas. O complexo desportivo "Ernesto Che Guevara", bem conservado, permite-lhes que pratiquem vários desportos como futebol, ténis ou atletismo.

Durante o Verão, os habitantes assistem regularmente à projecção de filmes ao ar livre no parque natural. Debates, conferências, filmes e apoio aos povos oprimidos, nomeadamente aqueles que estão injustamente privados do seu território, fazem parte da vida cultural e política da aldeia. Juan Manuel usa muitas vezes, ostensivamente, o lenço palestino.

O desporto, a cultura, as festas etc são direitos abertos a todos, tal como o trabalho e a habitação. O desenvolvimento tanto material como intelectual de cada indivíduo é, aqui, a condição do desenvolvimento de todos.

Vá a Marinaleda ver e verificar a realidade desta "utopia". Vá ao encontro destes homens e destas mulheres admiráveis que conseguiram construir, graças ao seu trabalho diário e às suas convicções – e em meio a um oceano de injustiças, desgraças e servidão – uma sociedade diferente. O capitalismo, pelas suas crises repetitivas e o perigo que representa para o homem e a natureza, não tem futuro. O exemplo concreto e com êxito de Marinaleda mostra que uma outra sociedade é possível.

Tradução para português: http://resistir.info/espanha/marinaleda.html

Fonte:
www.legrandsoir.info/Marinaleda-un-modele-d-auto-gestion-unique-en-Europe.html


sexta-feira, 3 de setembro de 2010

NÃO HÁ FESTA COMO ESTA


Amanhã lá estarei.