Como qualquer pescador que se preze, também fui fazer a abertura da pesca ao achegã.
Muito cedo, eu e o meu companheiro de pescaria, o Rodas, iniciamos o nosso calvário. Devo confessar que sou um péssimo pescador. Mas o Rodas não é melhor. Só que tem uma sorte que até faz nervos. Normalmente, ele malha-me, mas o pior, como se isso não bastasse, é que ele faz questão de, no nosso grupo de amigos, continuar a moer-me a cabeça. Ás vezes já nem posso ouvi-lo.
Mas desta vez, tinha a secreta esperança de mudar o rumo da história.
O Rodas, de mochila ás costas, nunca está parado. Eu sou um pouca mais estático. Começamos a pescar perto um do outro, mas logo ele se afastou. Costuma dizer que não gosta de mostrar a sua técnica.
Não demorou muito tempo. Eu nada, e ele a gritar:
---Olha um!!!
Mau!! Pensei eu. E de novo o Rodas:
---Olha outro!!
E eu, zero. Ele de novo:
---Épá, este é “mum” grande!!
Comecei a ficar chateado.
---Olha outro… e outro---
Fiquei farto e fui ter com ele. Ao menos um apanhava peixe.
Quando cheguei junto dele, não vi nada de peixe. Achei estranho.
---Atão o peixe, Rodas?
---Epá, isto da lua nova é lixada. Ainda não tirei nenhum.
---Mau!!! Atão e essa gritaria toda? Olha este olha aquele, e + o outro…
---Ópá! Eu estava era a contar os que deixava fugir.
Do mal, o menos. Não trouxemos peixe, mas desta vez não vou ter que aturar o Rodas.
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