Estava eu tranquilamente a ver as
noticias desportivas on-line quando a Maria, com a autoridade própria
de quem manda cá em casa me ordenou: “acabou-se o gás. Vai buscar
uma garrafa”. Sem alternativa, dei corda aos sapatos e fui cumprir
a ordem. Já que tinha de sair de casa, aproveitei para na mesma
volta ir cumprir o meu dever cívico. A movimentação estava
razoável e deparei-me com uma mudança: a minha mesa de voto não
era a mesma. Eu que comecei na 3 e fui subindo até à 1, voltei
agora à 2. Devo estar a ficar mais novo. Se calhar ainda vou parar à
mesa dos “gaiatos”.
Toda aquela azafama não me é
estranha. Há muitos anos que participo nesta parte do processo
eleitoral. Por opção e porque há que dar lugar aos novos, hoje
fiquei de fora. Um dever que costuma ser físico e cívico, desta vez
ficou-se só pelo último. Mas que senti que gostaria de estar ali,
senti. Aquilo faz-nos sentir que fazemos parte da democracia, que nós
cidadãos somos a democracia. É por isso que jamais serei capaz de
compreender os que ficam em casa. Ficar em casa, abstermo-nos de
participar na vida colectiva do país, é como não assumir a
responsabilidade de gerir a nossa própria casa.
Antes e depois de votar, cumprimentei
todos aqueles amigos que ali estavam a prestar um serviço ao seu
povo
Hoje, eles são as pessoas mais
importantes da Nação.
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