O
suicídio é um drama que preocupa muita gente. Filósofos, sociólogos,
psicólogos, psiquiatras e outros pensadores e homens da ciência, procuram
encontrar uma razão que leve a justificar o ato de uma pessoa acabar com a
própria vida.
Basta
fazer uma pequena busca para encontrar todo o tipo de opiniões vindas de gente
ilustre, desde os primórdios até à atualidade.
Albert
Camus, pensador e filósofo Francês, (1913- 1960) escreveu: “O suicídio é a
grande questão filosófica do nosso tempo, decidir se a vida merece ou não ser
vivida, é responder a uma pergunta fundamental da filosofia.”
Voltaire,
escritor Francês, crítico da Igreja Católica, (1694-1779) achava que os
suicidas eram uns “ociosos ou gente que não tinha nada para fazer.”
Pessoalmente
acho a opinião de Voltaire bastante descuidada e leviana. Ou então terá feito
estas afirmações num contexto que não chegou ao nosso tempo.
Heidegger,
pensador Alemão do século XX, afirma que o suicídio não é uma morte humana, já
que tira o sentido da morte, e destrói a possibilidade da morte humana.
Parece-me
que para Heidegger, e sendo a morte a finalidade da vida, só a morte natural
completa o ciclo da vida. Acho que faz sentido.
Muito
mais lá para trás, Hegésias, historiador Grego, (Sec. III AC) afirma que “se a
felicidade do homem consiste na soma dos seus prazeres, e se estes forem
inferiores à soma dos males que a vida lhes oferece, como não justificar o
suicídio?”
Ora
aí está uma visão pragmática, onde a questão está entre o deve e o haver.
Muito
mais objetivo parece ser Ramon Gomez de la Serna, escritor vanguardista e filósofo
Espanhol. (1888- 1963) Ele acha que “os homens que matam as mulheres e depois
se suicidam, deveriam mudar de sistema, suicidando-se antes e matando-as
depois”.
Assino
por baixo com todas as letras.
Numa
coisa a maioria parece estar de acordo: O suicídio revela desespero, depressão
e desinteresse em continuar a viver.
Mas
outras questões se levantam: O suicídio é um ato de coragem ou uma cobardia? Se
alguém se suicida por não suportar a dor, o suicídio pode ser encarado como uma
fuga, e não precisará de muita coragem. Mas como classificar o suicídio, onde
ele é objetivamente um sacrifício em nome do que se acredita ser um bem maior?
Como classificar o suicídio dos Kamikaze? E dos bombistas suicidas? Será pura
alienação, ou serão idealistas conscientes? E os suicídios coletivos, que
chegam a envolver centenas de pessoas? Não será também pertinente perguntar se
Jesus Cristo foi um suicida?.
A
própria Bíblia, não afirma que a vida no céu é muito melhor que na terra? Não
terá o livro sagrado também a sua participação no suicídio ?.
Recentemente,
o Sociólogo Português Manuel Villaverde Cabral, afirmou que o suicídio no
Alentejo se deve à solidão e à falta da fé Católica. Significa isso que os
ateus são mais propensos ao suicídio? E porquê fé Católica? A fé dos outros não
presta?. Ao menos poderia referir a fé Cristã, sempre era mais abrangente.
O
que o Sr. Dr. não falou, foi no sofrimento provocado pela fome, pela doença sem
medicamentos, pela exclusão social e pela vergonha de uma pobreza da qual não
têm culpa.
O
que provavelmente ainda ninguém pensou, é que talvez o suicídio não seja a busca da morte,
mas tão somente do fim do sofrimento.
Aníbal Lopes
(Imagem Ubeblogs)
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