TERMO DE ABERTURA: Serve este Blog para nele depositar as minhas alegrias e tristezas, vitórias e derrotas, glórias e frustrações. a que juntarei algumas opiniões, mas com fair-play, e sempre sem abdicar deste meu sentir de vermelha afeição. (Foto de José Caeiro)
domingo, 15 de maio de 2011
AQUI NÃO HÁ BRINCADEIRA
Se bem me lembro, eram prái finais de Outubro de 1974.
A Sucursal de Luanda, da Manutenção Militar, fazia anos, e o seu chefe, Coronel Mesquita, entendeu que era data a festejar. Encarregou então o1º Sargento Singa, (diminutivo de Singapura, nome de guerra daquele militar, que de guerreiro tinha pouco, mas tinha muito de Homem de paz, e que mantinha com a Soldadagem, uma relação de amizade e respeito) de organizar a festança. Comes e bebes á maneira, com o ponto alto no Baile. ( A MM tinha 200 funcionário civis)
A minha história começa no salão de baile.
Depois de 2 dias de intenso trabalho do 1º Singa, e da sua equipa, finalmente a sala estava nos conformes.
O 1º Singa, não era Homem para deixar nada ao acaso, pelo que resolveu deixar um soldado á porta. Um gigante negro, de nome Neto, que devia medir prái 1,60m. As ordens do nosso 1º, eram claras:
--- Ó Neto! Ficas aqui á porta, e não deixas ninguém meter aqui o nariz. Nem que seja o Presidente da República.
---Tá bem mê Primero. Se você mandas, você é que sabes.
Tudo normal, se a certa altura não tivesse aparecido por ali o segundo Comandante de Região Militar de Luanda, um Brigadeiro de quem já não recordo o nome. O dito Senhor resolveu meter o nariz exactamente onde o 1º Singa, não queria. Ao tentar entrar, aparece-lhe pela frente o soldado Neto, em atitude que não deixava margem para duvidas:
---Tché!!! Você não entras aí, pá.
O Brigadeiro, certamente homem habituado a ser obedecido, reagiu com surpresa:
---Não entro aí porquê?.
---Voçê não entras aí, porque o nosso 1º Singa não quer, e se o nosso 1º Singa não quer, você não entras mesmo.
O Oficial General, tentou demove-lo:
---Tás parvo ou quê? Não vês que sou o Brigadeiro?.
O Neto não se impressionou:
---Brincadera? Aqui dentro não tem brincadera. Aqui dentro, tem Tropa.
O velho militar, de sorriso nos lábios, deu meia volta, e não chateou mais o Neto
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