segunda-feira, 30 de abril de 2012

DIA MUNDIAL DO TRABALHADOR


 
Abomináveis na grandeza
Os reis das minas e da fornalha
Edificaram a riqueza
Sobre o suor de quem trabalha,
Todo o produto de sua
A corja rica o recolheu!
Querendo que ela restitua,
O povo só quer o que é seu.

Bem unidos, façamos,
Nesta luta final.
Uma terra sem amo,
A Internacional!

Fomos do fumo embriagados!
Paz entre nós, guerra aos senhores!
Façamos guerra de soldados!
Somos irmãos, trabalhadores,
Se a raça vil cheia de galas,
Nos quer a força canibais,
Logo verá que as nossas balas
São para os nossos generais.

sábado, 28 de abril de 2012

quinta-feira, 26 de abril de 2012

quarta-feira, 25 de abril de 2012

domingo, 22 de abril de 2012

FESTEJAR A LIBERDADE, DEFENDER ABRIL




Vamos comemorar Abril com festa e muita alegria, mas também sem descurar a vigilância e manter a luta.
Só cerrando fileiras, os trabalhadores deste país podem impedir que as troikas, a nacional e a estrangeira, levem por diante a tentativa de acabar com a maioria dos direitos conquistados com o 25 de Abril de 1974.
Como dizia o poeta: "Abre os olhos e vê, sê vigilante."


25 de Abril, SEMPRE.

quinta-feira, 19 de abril de 2012

SILÊNCIO ABSOLUTO SOBRE A ISLÂNDIA


Se há quem acredite que nos dias de hoje não existe censura, então que nos esclareça porque é ficámos a saber tanta coisa acerca do que se passa no Egipto e porque é que os jornais não têm dito absolutamente nada sobre o que se passa na Islândia.
Na Islândia:
- o povo obrigou à demissão em bloco do governo;
- os principais bancos foram nacionalizados e foi decidido não pagar as dívidas que eles tinham contraído junto dos bancos do Reino Unido e da Holanda, dívidas que tinham sido geradas pelas suas más políticas financeiras;
- foi constituída uma assembleia popular para reescrever a Constituição.
Tudo isto pacificamente. Uma autêntica revolução contra o poder que conduziu a esta crise. E aí está a razão pela qual nada tem sido noticiado no decurso dos últimos dois anos. O que é que poderia acontecer se os cidadãos europeus lhe viessem a seguir o exemplo?

Sinteticamente, eis a sucessão histórica dos factos:
- 2008: o principal banco do país é nacionalizado. A moeda afunda-se, a Bolsa suspende a actividade. O país está em bancarrota.
- 2009: os protestos populares contra o Parlamento levam à convocação de eleições antecipadas, das quais resulta a demissão do primeiro-ministro e de todo o governo.
A desastrosa situação económica do país mantém-se. É proposto ao Reino Unido e à Holanda, através de um processo legislativo, o reembolso da dívida por meio do pagamento de 3.500 milhões de euros, montante suportado mensalmente por todas as famílias islandesas durante os próximos 15 anos, a uma taxa de juro de 5%.
- 2010: o povo sai novamente à rua, exigindo que essa lei seja submetida a referendo.
Em Janeiro de 2010, o Presidente recusa ratificar a lei e anuncia uma consulta popular.
O referendo tem lugar em Março. O NÃO ao pagamento da dívida alcança 93% dos votos.

Entretanto, o governo dera início a uma investigação no sentido de enquadrar juridicamente as responsabilidades pela crise. Tem início a detenção de numerosos banqueiros e quadros superiores. A Interpol abre uma investigação e todos os banqueiros implicados abandonam o país.
Neste contexto de crise, é eleita uma nova assembleia encarregada de redigir a nova Constituição, que acolha a lições retiradas da crise e que substitua a actual, que é uma cópia da constituição dinamarquesa. Com esse objectivo, o povo soberano é directamente chamado a pronunciar-se. São eleitos 25 cidadãos sem filiação política, de entre os 522 que apresentaram candidatura. Para esse processo é necessário ser maior de idade e ser apoiado por 30 pessoas.
- A assembleia constituinte inicia os seus trabalhos em Fevereiro de 2011 a fim de apresentar, a partir das opiniões recolhidas nas assembleias que tiveram lugar em todo o país, um projecto de Magna Carta. Esse projecto deverá passar pela aprovação do parlamento actual bem como do que vier a ser constituído após as próximas eleições legislativas.

Eis, portanto, em resumo a história da revolução islandesa:
- Demissão em bloco de um governo inteiro;
-- Referendo, de modo a que o povo se pronuncie sobre as decisões económicas fundamentais;
- Prisão dos responsáveis pela crise e
- reescrita da Constituição pelos cidadãos:
Ouvimos falar disto nos grandes media europeus?

Ouvimos falar disto nos debates políticos radiofónicos? Vimos alguma imagem destes factos na televisão? Evidentemente que não!
O povo islandês deu uma lição à Europa inteira, enfrentando o sistema e dando um exemplo de democracia a todo o mundo.

(Por DESEMPREGADOS, in Facebook)

quarta-feira, 18 de abril de 2012

MUSICA NO RIO

 


















Programa para este ano do "Festival Musica no Rio. Os outros sons do Fluviario.

segunda-feira, 16 de abril de 2012

GUERRA NA CAPOEIRA



Todos nós temos histórias incríveis para contar. O problema é encontrar quem as ache interessantes, e esteja disposto a ouvi-las.
Não deixa de ser curioso, que só depois de, como costumo dizer, dobrar o Bojador dos 50, é que nos vem a vontade de recordar.
Há ainda outra suma curiosidade: Podemos não nos lembrar do almoço do dia anterior, mas lembramo-nos de coisas passadas à “séculos”, mesmo quando estiveram esquecidas durante décadas.

Hoje vou contar uma pequena história que à época do seu acontecimento, me pareceu tremendamente humilhante, a tal ponto que a escondi muito tempo.
Acho que foi no ano em que entrei para a escola. Frequentemente eu ia de minha casa para a casa da minha avó. Pois na capoeira dos meus avós, havia um diabo à solta que infernizava as minhas chegadas perto do seu harém. Exactamente um pequeno Cócó, que para quem não sabe é um galo minúsculo, mas com a mania de que o Mundo lhe pertence. Pois bem, este Cócó, era ainda pior, e resolveu que eu era “persona non grata” no seu território. Assim que me avistava, corria para mim com a clara intenção de me engolir. Na verdade, ganhei-lhe tal medo, que sempre que chegava ao cabeço, gritava pela minha avó, que logo punha o galarispo em respeito.

Só que um dia, e há sempre um dia, entendi que era vergonhoso ter medo de um animal 50 vezes mais pequeno que eu. Tomei-me de brios e decidi: Hoje não chamo ninguém, nem vou ter medo do maldito mini-galarô, e se for preciso, até lhe dou umas arrochadas.
Preparei-me para enfrentar o monstro, enquanto tentava convencer-me a mim mesmo de que não tinha medo. Avancei corajosamente encosta abaixo ao encontro do perigo, não sem antes me armar com um ramalho de pinho, para o que desse e viesse.

Assim que me viu, o perigoso predador avançou para mim, e eu senti imediatamente a minha coragem a dar de frosques, deixando-me sozinho diante da fera.
O meu medo, mais a minha força, levaram-me a descarregar sobre o inimigo, o ramalho de pinho que trazia. Por sorte ou azar, o meu ataque foi fulminante. Atingido em cheio, o pobre do galarispo caiu para o lado sem mais se levantar. Era a minha glória. Vencera o inimigo e provara a quem duvidasse, que não era um qualquer pelintra de penas, que me metia medo.

Apercebendo-se do barulho, a minha avó correu para o local, e ao aperceber-se da morte do seu rei da capoeira, e naturalmente de que era o seu assassino, amandou-me com duas chapadas que até fiquei de lado.

Lá se foi toda a minha glória, caída em desgraça ás mãos calejadas da minha avó. Afinal ser um herói não era assim tão glorificante. Ganhar uma guerra, ás vezes tem custos que é melhor esquecer.
Como forma de vingança, nunca mais gostei de Cócós.

(Foto Humor xxl.com)

quarta-feira, 11 de abril de 2012

O ÉDEN NO FUNDO DO MAR


Fantástico. Se de facto a Atlântida existe, eu quero ir morar para lá.

Se preferirem, podem abrir a totalidade do ecrã.

quinta-feira, 5 de abril de 2012

UMA AVENTURA AFRICANA

O Salsicha tinha acabado de chegar a Luanda. Estando eu de Cabo de Dia, coube-me receber o Salsicha e proceder às conformidades.
Ora era sabido que todos os maçaricos recém chegados, vinham aviados de muita “massa”. O Cabo Grilo, que raramente perdia a oportunidade de se alambazar com a ingenuidade de quem chegava, veio logo ter comigo:
-- Ó Lopes, então não levamos o maçarico aos gambuzinos?
-- Estás a pensar em quê?
-- Talvez uma jantarada no Kátekero.
-- Tá bem, pronto. Organiza lá isso.
O Grilo não perdeu tempo. Muito solicitamente ofereceu-se ao Salsicha para lhe mostrar os melhores recantos da cidade. Para o Grilo, conquistar a confiança de alguém, era tão fácil como fumar um cigarro. Era de facto um tipo simpático e cheio de boas maneiras.
Bom, a verdade é que 2 ou 3 dias depois, lá fomos os três de visita à cidade, começando naturalmente pelo jantar. O sítio escolhido foi o Kátekero, e a ementa, da responsabilidade do Grilo. Depois de bem comidos e bem bebidos, o Grilo começou a sentir-se mal disposto, e foi à casa de banho. Entretanto eu e o Salsicha acabávamos outra garrafa.
A demora do Grilo começou a preocupar-nos, e eu decidi ir ver dele, pois podia estar mal.
Quando cheguei à rua, o Grilo estava à minha espera. Claro que desaparecemos, deixando o “pato” à conta do Salsicha.
Na verdade, nós nunca mais nos lembramos do Salsicha, a não ser cerca das 2 da manhã, quando ele nos acordou num choro enorme, fazendo-nos toda a espécie de acusações e dizendo que a PM estava à porta á espera do dinheiro. Afinal o desgraçado estava teso, e ao aperceber-se da situação, o gerente do Hotel chamou a Policia Militar. A solução era mesmo sermos nós a pagar a conta, e pedir a Deus que o gerente se contentasse com o pagamento sem fazer seguir a participação.
Enquanto juntava o dinheiro, o Grilo rogava pragas ao maçarico trouxa e imbecil, e maldizia o marisco que comera, pensando que era de borla.
Com o dinheiro na mão e ainda soluçando. o pobre do Salsicha lá foi levar o dinheiro, na companhia da PM.
Felizmente a coisa ficou por aqui, e os receios da participação não se confirmaram, e a história acabou esquecida.
Meses depois, o nosso amigo Grilo terminou a sua comissão de serviço, e estava de regresso à Metrópole. Para nos despedirmos do nosso amigo, voltamos os três ao Kátekero, desta vez sem marosca, tanto mais que o Salsicha conquistara o seu espaço, e era já um igual entre os seus pares.
Desta vez não foi o Grilo a escolher a ementa, mas sim cada um pediu o que quis. Quando chegou a hora do pagamento, e muito surpreendentemente, o Salsicha ordenou:
-- Guardem lá o dinheiro, que hoje quem paga sou eu.
-- Tu?? Mas saiu-te o totobola??
-- Nada disso. O dinheiro é vosso. Da outra vez, eu também fugi sem pagar.
Ficamos de boca aberta a olhar um para o outro. Para quem se julgavam veteranos de guerra, aquilo ultrapassava as raias da lição e aproximava-se da humilhação. Acabávamos de descobrir que tínhamos sido “comidos” por um maçarico de camuflado novinho em folha e ainda a cheirar a leite. O Grilo custou a aguentar, e até ameaçou vomitar o maldito jantar.
Mas acabou tudo num abraço, e calhou ao Grilo pagar a espora de saída.