sexta-feira, 30 de dezembro de 2011

terça-feira, 27 de dezembro de 2011

EM LAVRE JÁ NINGUÉM SE LEVANTA


Saramago escreveu, em 1980, o livro “Levantado do Chão”. Nele retrata o caminho que a população de Lavre tomou para se insurgir contra a miséria rural. Fomos ao Alto Alentejo ver se esta é ainda a terra de um povo levantado do chão. Reportagem por João Gaspar e Félix Ribeiro

Há nesta terra algo que nos faz pensar, mal a vemos, que já estamos a entrar no Alentejo. O Homem pareceu que fugiu daqui. E fugiu, fugiu aos poucos. Cercas de arame guardam campos sem fim à vista, onde as casas nem sempre existem, e quando existem, ou estão sozinhas ou se fazem de poucas visitas. Os sobreiros que se plantam aos olhos de quem vê toda esta terra são a cara do Alentejo. Árvores cansadas, de copa pesada e triste, que, ao se curvarem, fazem sombra na terra abandonada.

Na verdade, não esperávamos nada de diferente. Os vinte e poucos anos não nos trazem outras memórias. Nem de lutas de enxada, nem de trabalho de sol a sol, nem da porrada dos capatazes, nem da terra tomada por quem a cultivou. Isso ensinou-nos Saramago.

“Durante toda a sua vida não fez mais do que ganhar o pão, e não todos os dias (...), que venha um homem ao mundo sem ter pedido, que passe frio e fome infantil mais do que a conta, se conta pode haver, que chegando a crescido tenha a fome de redobrar como castigo por ter sido o corpo capaz de aguentar tanto, e depois de maltratado por patrões e feitores (...) vai preso como gado...”, diz o narrador do livro Levantado do Chão, retratando a vida de João Mau-Tempo, personagem inspirada em João Serra, nascido e criado em Lavre, e que lá morreu antes de poder ver a sua gente levantar-se do chão. E como Lavre continua no mesmo sítio, à beira de Montemor-o-Novo, resolvemos ver se era a inocência da nossa idade que nos dizia que já não havia gente levantada.

Os corvos, os javalis e a buleta
Ainda antes de chegarmos a Lavre nos apercebemos de que, se de facto alguma vez o povo se levantou do chão, pouco tempo se manteve de pé. Em plena planície, um aglomerado de casas corta com as herdades entregues ao baldio – Foros de Vale de Figueira. Cultivo até agora nem vê-lo. Milhares de hectares depois, o único terreno que vemos cultivado é a horta do Ti Joaquim. Do alto dos seus 83 anos, a horta é de um homem que viveu para além do Estado Novo, do 25 de Abril e da Reforma Agrária. E na hora de levantar o dedo é ao presente que aponta: “olha, na dele, os bichos passam fome”. A dele? É uma das largas terras que a poucos pertencem: os latifúndios. A terra ninguém a trata, do gado também não. Sem pasto, esse morre de fome e a sua carcaça, sem servir para nada mais, vira alimento de corvos, que se fazem ouvir todos os dias na pequena aldeia. Já os javalis, à falta de fartura, galgam cercas e vegetação para entrar nas hortas de quem já tão pouco tem. Ainda que abandonados, os terrenos quase involuntariamente produzem. Os sobreiros, azinheiras e oliveiras que se prostram pelas planícies e montes alentejanos dão fruto que é esquecido, como o terreno, e se deixa ficar no chão, sem que ninguém o possa apanhar.

“Há buleta à farta, mas murtam-nos se a apanharmos”, lamenta Ti Joaquim. Se a GNR, e não estamos aqui a duvidar do cumprimento do seu dever, não hesita em puni-lo, José Saramago absolve-o. “Apanhar a bolota do chão não é roubar, e que fosse, a fome é uma boa razão para roubo, quem rouba por precisão tem cem anos de perdão, bem sei que o ditado não é assim, mas devia ser, se eu sou ladrão por ir roubar bolota, ladrão é também o dono dela, que nem fabricou a terra nem plantou a árvore e a podou e a limpou”, reza assim Saramago em seu livro.
Por sorte do acaso, parou o carro de Custódio Gingão enquanto conversávamos com Ti Joaquim. Deputado parlamentar pelo PCP nos anos de 1976 a 85, conta-nos os números que fazem a memória que aqui toda a gente se orgulha em ter: a Reforma Agrária - a terra tomada por quem a trabalhava. 4000 ovelhas, 400 vacas de ventre, 300 cabris, 70 toneladas de azeitona. “Disto, desapareceu tudo”, sentencia o antigo deputado, “a reforma agrária acaba, tomam-nos as terras”. “Depois [da Reforma Agrária], os donos ficaram com a terra e deixaram de produzir. De 1170 habitantes, 300 foram para a Suíça”. São ainda menos agora, divididos entre pensionistas, desempregados e funcionários do lar de idosos.

“Isto é uma vergonha, vou tentando sobreviver”, como tentam os corvos e os javalis. Ti Joaquim, abalado e de olhos molhados, sobrevivente ainda, condena: “isto é sempre o que os homens querem”. Isto não é o Estado Novo, desses tempos, Idalina Matias e Albertina Canelas, que entretanto se juntaram à conversa, lembram a travessia que suas mães tomavam nos tempos do sol a sol, atravessando ribeiras apoiadas em cajados, porque o corpo moído quase não era delas, mas do trabalho, duro e ingrato, e nem esse agora existe.
Idalina, na altura gaiata mas já a fazer trabalho de mulher, viu a injustiça do latifúndio, viveu a fartura da Reforma Agrária e agora, com 265 euros por mês, mal da coluna e das mãos, a dever na farmácia e a dever no supermercado, diz que a sua tiróide come mais do que ela, mas, mesmo assim, preocupa-se mais connosco: “isto para vocês está pior”. Ti Joaquim também nos avisa: “não chegam à minha idade, mas deus queira que cheguem”. É ele, como que um pai para Idalina, que lhe põe o pão na arca quando, calculamos nós, a tiróide assim o pede.

As vizinhas abalaram, o ex-deputado também, ficamos novamente sós com Ti Joaquim, diante de sua casa, que se mantém de pé há 40 anos, construída com as suas próprias mãos e com a generosidade do velho Cunhal, seu antigo patrão que lhe emprestou “as máquinas todas” e que ainda lhe queria oferecer a madeira: “fossem todos os ricos assim”. Foi também o velho Cunhal que, no dia 23 de Junho de 1958, se abeirou perante os seus trabalhadores, entre eles Ti Joaquim, e informou: “olha, mataram um camarada nosso lá em Montemor”. Fora José Adelino dos Santos, assassinado a tiro pela GNR numa manifestação em frente à câmara. Pobre coitado, pedia apenas trabalho, como os de agora. E voltemos a Saramago, que em seu livro transcreve as palavras dos 700 que estavam ao lado daquele que mais tarde sairia de lá cadáver: “queremos trabalho, queremos trabalho, que mundo este haver quem de descansar faça ofício e quem trabalho não tenha, mesmo pedindo”. Mais de 50 anos se passaram, mas o tempo passou ao lado da pertinência das palavras. Prova disso, são as que Ti Joaquim usa para retratar um passado recente, depois de acabada a Reforma Agrária, devolvidas as terras aos antigos proprietários e ainda a entrada dos subsídios da Política Agrícola Comum com Portugal na Comunidade Económica Europeia (CEE): “gastaram dinheiro em casas e carros. Era uma coisa doida. Pagar para não produzir – a maior vergonha do mundo”.

O que mais há na terra é paisagem
Feitas as despedidas, rumamos a Lavre, espaço principal do romance de Saramago. Até lá, apenas gado e a mesma terra sem cultivo. No cimo de um monte afiguram-se-nos as típicas casas brancas alentejanas, e, de lá, ganham forma as palavras com que Saramago começa o seu livro: “o que mais há na terra, é paisagem”. Em passos calmos, que se fazem da companhia de uma bengala, Adelino Matias, a um dos 90, encosta a sua velhice a uma parede para nos dizer que antes do 25 de Abril ganhava pouco, é certo, mas “havia trabalho com fartura. Agora não há”. Viridiana Lopes, sentada ao lado, também ela a fazer uso da sua bengala, concorda com Adelino. “Antes havia muita miséria. Andávamos a martirizar o corpo, mas pelo menos havia trabalho”. Parece-nos difícil pensar que houvesse algo de positivo nesse tempo cruel. A palavra cruel não é usada aqui ao desbarato. Viridiana, quando ia trabalhar, via-se forçada a guardar os filhos num caixote para que estes ficassem protegidos da chuva. No Verão, outros filhos de outras mulheres, conta-nos ela, apenas com meses de vida, eram deixados debaixo da sombra dos sobreiros, enquanto os pais se entregavam ao lavor da terra. Azarados alguns, que não chegavam a tempo. O Sol avançava, a sombra mudava de lugar. Foi assim que vários filhos se perderam com a insolação. Adelino, de olhos muito azuis, lembra, por sua vez, que por qualquer coisa “era logo uma sova”. “Éramos escravizados. Eu passei por isso tudo”. Para além do trabalho feito de pancada, a comida também era pouca: “comíamos o que havia, até ervas para encher a barriga”, como as carrasquinhas (talos de cardos selvagens). Já não estamos no Estado Novo, Viridiana já não tem que comer ervas para encher a barriga, o seu almoço, e que vai também ser seu jantar, é “um prato de arroz com um ovo lá dentro”. Grande mudança. Para Adelino, é cada vez pior, resta-lhe o desejo de que mesmo “esse poucochinho deus queira que não acabe”.

É a fome que leva ao fiado, já nos contava Saramago: “andou João Mau-Tempo a curtir a vergonha de dever e não poder pagar (…), e agora é ele quem vai de loja em loja a dizer o recado, e quando é mal recebido, faz de conta que não sente, o padecer tornou-lhe rija a pele, a necessidade que o leva não é apenas sua. Senhora Graniza, o pessoal está em luta pelas oito horas de trabalho e os patrões não querem vir ao acordo, por isso estamos em greve, venho pedir que espere três ou quatro semanas”. Senhora Graniza que foi na verdade Maria Saraiva, mãe de Elvira, que serve numa taberna perto do coreto de Lavre. “As pessoas estão outra vez a pedir fiado como antes do 25 de Abril”, lamenta. Ainda antes de Saramago passar serões em sua casa, entrevistando sua mãe, Elvira recorda, impressionada, de quando gaiata, na loja da “Senhora Graniza”, via como se alimentavam as famílias dos camponeses: “era tão pouco, tão pouco, fazia-me confusão ver como conseguiam comer com tão pouco”.

A herança comunista
Manuel José, na taberna, entra na conversa, alvitrando o que nos foi sendo comum ouvir ao longo da nossa visita: “o Alentejo perdeu muito com o capitalismo”. “A malta apertou, mas os capitalistas aguentaram-se”, diz, recordando-se do que para muitos é o seu maior motivo de orgulho – a Reforma Agrária. “A gente tem umas saudades desse tempo”, diz Elvira a Caracol, o que suscita neste um desabafo sentido: “porra!”. E depois do saudosismo logo surgem as críticas ao presente e aos subsídios de apoio à criação de gado dados pelo Ministério da Agricultura. “Eles [latifundiários] só querem os animais para o subsídio”, acusa Elvira. Fernando José do Rosário, ou como toda a gente o chama, Caracol, ataca não só esse subsídio como todos os outros, como por exemplo o incentivo à não produção ou à plantação de oliveiras: “não haviam de receber subsídio nenhum, esse devia ser para a gente”. Mas, como o próprio diz, “contra a força não há resistência” e Caracol resignou-se a aceitar de que as terras, que na Reforma Agrária foram tomadas pelo povo que as queria trabalhar, voltassem aos antigos proprietários. Isto pode explicar a aversão que vimos ao capitalismo. Ainda antes de falarmos com Caracol pela primeira vez, um seu amigo apontou-lhe o dedo e gracejou: “foste sempre um lacaio dos capitalistas”.

Aqui não há amigos nem de Cavaco Silva nem de António Barreto, pelo papel que lhes apontam no retrocesso da Reforma Agrária. Elvira, assim que refere a sua opinião sobre Cavaco, meio a medo, dá um passo atrás: “eu aqui a falar mal do Cavaco e vocês se calhar gostam dele”. Esta gente aqui veste-se de vermelho. Desde as primeiras autárquicas, em 1976, que a Câmara Municipal de Montemor-o-Novo é governada pelo Partido Comunista Português, sozinho, ou em coligação. É óbvio o orgulho com que António Joaquim de Alponedro recorda as visitas de Vasco Gonçalves a José Saramago, na freguesia de Lavre, durante as quais, seguia em frente da comitiva, na sua bicicleta, tal qual um batedor, de forma a garantir a segurança dos ditosos visitantes, nos agitados tempos do verão quente de 1975. Não obstante dos serviços prestados a Vasco Gonçalves e ao Nobel português, António Alponedro recebe apenas 300 euros por mês, vai-se governando com o apoio do lar de idosos, onde lhe lavam a roupa e o alimentam por apenas um euro e meio. A renda não a tem pago: “há aí uma senhora muito rica que eu acho que me paga a renda. Ela diz que não, mas eu vou à Casa do Povo e está paga”.

A UCP Boa Esperança
Apesar de este acto anónimo de altruísmo a António Alponedro, Daniel Dias, o presidente da Unidade Colectiva de Produção (UCP) Boa Esperança, uma das poucas que ainda subsistem, pegada da Reforma Agrária, considera que havia uma união entre as pessoas que não há agora: “a reforma trouxe felicidade”. As diferenças não se estancam no comportamento da população. A ver: quando a UCP se formou chegou a ter 374 funcionários, produziu duas mil toneladas de cereais em 76 e 77 e possuía seis mil hectares de terra. Hoje, a Boa Esperança emprega seis pessoas, detém apenas 20 hectares, com mais 300 arrendados, já quase não produz cereais e mantém-se à base de gado e serviços a proprietários.

Daniel Dias encontra justiça no mote da reforma: “a terra a quem a trabalha”. Não que seja necessariamente contra a entrega de terras aos latifundiários, mas “injusto é o proprietário não produzir nada”. Dos investimentos feitos nas terras que mais tarde foram obrigados a devolver – gado, maternidades para porcos, vacais, instalações – não viram um tostão e, ainda para mais, nas terras onde antes, como diz, recebiam das próprias mãos, viram ser plantados hectares de pinhal, subsidiados pela CEE. “[Antes] as pessoas ganhavam para o que produziam e achavam que estava bem. Sabiam que tinham trabalho, e disso, tenho saudades”, desabafa.
“Trigo, cevada, tabaco, milho, tomate, vacas leiteiras, ovelhas…”, enumera António Joaquim, tesoureiro da Boa Esperança, lembrando os tempos áureos da UCP que representa. Como primeira machadada, António Joaquim aponta para a chamada Lei Barreto, que vinha, em 1977, impôr limites à Reforma Agrária, com desocupações de terras, termo das UCP’s e ainda a atribuição de indemnizações aos antigos proprietários. “Quantas marchas até a Lisboa? Quantas marchas a tractor? Quantas manifestações em Évora e Montemor? Ouvidos moucos, até em tribunal. Nunca nos foi devolvida terra nenhuma”.

Um povo curvado
Ângela Catarino, nascida em Évora (mas só para nascer), está no seu segundo mandato como Presidente da Junta de Freguesia de Lavre. Nascida já depois da apoteose da Reforma Agrária, Ângela, com os seus 33 anos, do pouco que se lembra, recorda que todos os pais dos seus colegas trabalhavam na agricultura. Agora não é assim, “tirando os postos de trabalho no turismo, no lar e na valência de idosos, não existe trabalho na Freguesia de Lavre”. Os terrenos à volta de Lavre, pertencem, na sua grande maioria, “apenas a duas pessoas”, conta-nos. Para a presidente da junta a política do incentivo à não produção “tem sido um desastre”. “O abandono das pessoas está ligado ao abandono da reforma [agrária]”, o que sentencia o seu trabalho: “é um acto de coragem ser-se presidente de junta no Alentejo – as pessoas tudo perdem aqui”.

E, segundo Saramago, antes nem chegaram a ter: “Ai minha santa mãe, que um homem vai rebentar de tanta fome, e os filhos, que dou eu aos filhos, Põem-nos a trabalhar, E se não há trabalho, Não faças tantos”.

O Nobel português inscreveu nas suas páginas a magia da humanidade feita num único movimento – o levantar do chão. Contra a opressão e a miséria, este foi um povo que encontrou e fez o seu próprio caminho. Todavia, na nossa viagem, lamentamos ver o mesmo povo, ainda de pé, pela força da obrigação, mas certamente curvado, demasiado próximo do chão.

“Do chão sabemos que se levantam as searas e as árvores, levantam-se os animais que correm os campos ou voam por cima deles, levantam-se os homens e as suas esperanças. Também no chão pode levantar-se um livro, como uma espiga de trigo ou uma flor brava. Ou uma ave. Ou uma bandeira. Enfim, cá estou outra vez a sonhar. Como os homens a quem me dirijo”.

Recordemos novamente António Joaquim de Alponedro, o mesmo que, de bicicleta, abria caminho e protegia Saramago de eventuais inimigos. “Eu acho que se ele viesse cá, morria de desgosto”. José Saramago morreu há pouco mais de um ano, mas duvidamos de quem nos seja capaz de dizer, em boa verdade, que vendo o povo curvado, um homem não possa morrer duas vezes.

in acabra.net (Jornal Universitário de Coimbra)

quarta-feira, 21 de dezembro de 2011

FELIZ NATAL PARA TODOS OS AMIGOS QUE FAZEM O FAVOR DE POR AQUI PASSAR.
O TEMPO NÃO É DE FESTEJOS, MAS PELO MENOS QUE SE MANTENHA O ESPÍRITO DO NATAL. NÃO O DO CONSUMISMO OPORTUNISTA, MAS O DA SOLIDARIEDADE.

SONETO QUASE INÉDITO


Surge Janeiro frio e pardacento,
Descem da serra os lobos ao povoado;
Assentam-se os fantoches em São Bento
E o Decreto da fome é publicado.

Edita-se a novela do Orçamento;
Cresce a miséria ao povo amordaçado;
Mas os biltres do novo parlamento
Usufruem seis contos de ordenado.

E enquanto à fome o povo se estiola,
Certo santo pupilo de Loyola,
Mistura de judeu e de vilão,

Também faz o pequeno "sacrifício"
De trinta contos - só! - por seu ofício
Receber, a bem dele... e da nação.

José Régio

(Caricatura de Felizardo Cartoon)

segunda-feira, 19 de dezembro de 2011

CENTRO DE INTERPRETAÇÃO AMBIENTAL


A autarquia de Mora vai criar um Centro de Interpretação Ambiental, com parque de Arborismo e percurso da natureza junto ao Fluviário de forma a atrair mais visitantes e dinamizar o turismo no concelho


Num investimento de 320 mil euros, o projecto – a concluir até finais de 2012 – consta da implementação de um Percurso da Natureza no Parque Ecológico do Gameiro, um Centro de Interpretação Ambiental e um Parque de Arborismo. O Percurso da Natureza vai apresentar 2 percursos: o primeiro na zona de montado num total de 2570 metros e o segundo na zona ribeirinha com 2930 metros, na margem direita junto ao espelho de água a montante do Açude do Gameiro, tendo este início no Parque Ecológico do Gameiro com uma ponte de 20 metros e ao longo de todo o percurso no qual se poderá encontrar painéis informativos, ilustrativos e explicativos dos diferentes objectos observáveis (flora e fauna), incluindo um observatório fechado de observação da fauna. O Centro de Interpretação Ambiental para exposições, aulas, palestras ou “ateliers” consistirá na transformação do clube náutico que está situado no Parque Ecológico do Gameiro. No interior deste centro os desenhos a 3D vão tentar simular o estar dentro de um rio, existindo a componente multimédia e actividades variadas para entretenimento. Adjacente ao Fluviário De Mora será construído um parque de aventura em cima das copas das árvores – Parque de Arborismo, um espaço de que é um parque de aventuras com percursos acrobáticos em altura, formados por um conjunto de pontes suspensas entre árvores, através de sistemas de plataformas, redes e cabos. O praticante terá à sua disposição um circuito, com diferentes níveis de dificuldade, onde, durante cerca de 30 minutos poderá percorrer em total segurança mais de sete obstáculos, iniciando com uma parede de escalada com 2,5 metros de acesso à primeira plataforma para depois passar à passagem de tábuas, à rede de escalada, à ponte himalaia, passagem sobre troncos, às paralelas, ao tronco longitudinal, à ponte japonesa e finalizar no slide, sempre na copa das árvores e com alturas que oscilam entre os dois e os cinco metros. Num contexto descontraído, ao ar livre, neste parque radical vão viver-se experiências intensas de coragem e esforço. Para o município, o projecto surge “da necessidade de existir uma infra-estrutura de lazer com cariz ambiental num espaço de excelência, perfeitamente enquadrado no cenário natural em que se insere. Vai dar mais vida e movimento ao Concelho, cativando igualmente os muitos visitantes do Fluviário de Mora”. O Centro de Interpretação Ambiental vai situar-se na Freguesia de Cabeção, no Parque Ecológico do Gameiro em plena Rede Natura e visa a integração da visita no Fluviário de Mora numa expansão para o espaço exterior através de passeios ecológicos e culturais.

in rna

(Foto de Paulo Laranjo)

sábado, 17 de dezembro de 2011

CONIMBRIGA - FANTÁSTICO



A tecnologia é de facto uma coisa fantástica. Se Conimbriga era de facto assim, era uma cidade muito bonita, mas onde seguramente não havia lugar para a plebe, tal a riqueza que apresenta.
Os Romanos não deslocavam apenas exércitos, mas trariam também muita gente social e politicamente importante.

quarta-feira, 14 de dezembro de 2011

DEIXEM-NOS SONHAR



"Se não nos deixarem sonhar, não vos deixaremos dormir"

Um verdadeiro presente de Natal.

segunda-feira, 12 de dezembro de 2011

Mora: investimento de 4,5 milhões de euros faz crescer economia.












A duplicação da fábrica de Led’s da Arquiled e a expansão da unidade industrial da Medirm, empresa de dispositivos médicos, num investimento global de 4,5 milhões de euros, criando 22 empregos, estão a desenvolver a zona industrial do concelho de Mora.

A Arquilled concluiu a expansão da sua unidade industrial, reflectindo o aumento da procura da iluminação LED, as vantagens em poupança de energia que esta tecnologia detém, o crescente feedback e a procura do mercado internacional.

Com um investimento de mais de um milhão e 900 mil euros, as obras estão neste momento concluídas e a nova unidade que nasceu junto à existente, encontra-se dotada da mais avançada tecnologia.

Para fazer face às necessidades de novos colaboradores habilitados, a empresa, em parceria com a Câmara Municipal de Mora e o IEFP – Évora, realizou um curso de iluminotecnia e electrónica que decorreu em Mora e abrangeu 15 formandos. Destes, cinco ingressaram na equipa Arquiled, que neste momento conta com um total 56 membros.

Quanto á Medirm, que desenvolve a sua actividade comercial na produção e embalagem de dispositivos médicos não activos, encontra-se actualmente em expansão, tendo adquirido mais um pavilhão na Zona Industrial de Mora.

Num investimento de 2,5 milhões de euros, trata-se de da montagem de um centro e de um laboratório para esterilização de produtos médicos, numa aposta no aumento da mão-de-obra qualificada que a longo prazo resultará na abertura de sete novos postos de trabalho.

Para a autarquia, “estes investimentos são o sinal de que, apesar da crise, ainda há quem aposte na inovação e no desenvolvimento do nosso concelho”.

A Arquiled foi fundada em 2005 e tem a sua actividade centrada na área da iluminação arquitectural, com especial incidência na aplicação da tecnologia LED, com todas as suas potencialidades de evolução e inovação que a caracterizam.

A Medirm Lda é uma empresa portuguesa com sede na Zona Industrial de Mora criada em 2005 e que dispõe de instalações e equipamento moderno que garantem o melhor tratamento dos produtos. Conta com uma equipa jovem, responsável e qualificada, composta por treze membros


in diario online

FADO - Património Imaterial da Humanidade



Vale a pena ver e guardar este documento visual. Ele representa um pouco da nossa cultura e naturalmente, da nossa história.

sábado, 10 de dezembro de 2011

A ABLETE PERDIDA


“ Está uma manhã soalheira na Barragem de Montargil. O lençol de água atingiu o seu limite máximo e, ao longe, confunde-se com o azul do céu de tal forma que a Carpa Marta sente-se levitar no seu leito pouco profundo. A Marta é uma Carpa Espelho, muito corajosa, combativa, coberta de grandes escamas e dois barbilhos. Ontem à noite quando adormeceu já o sol ia alto. Ela e o seu compadre Bernardo.

O Bernardo é um Barbo-Comum grande nadador de águas profundas. Ambos procuraram a Arlete toda a noite, uma Ablete que escorregou numa mancha de óleo deixada por um barco e que terá caído no descarregador de água da Barragem.

Depois de combinadas as buscas entre as várias comunidades, o Lagostim Serafim, um super campeão de aqualto, pôs-se a caminho e decidiu procurar por sua conta e risco para lá da descarga de água, para lá do paredão já na Ribeira do Sor. Ainda mal tinha saído da água e já D. Lontra, que só gosta de sair à noite, estava de volta para a sua toca que ficava nas raízes de um choupo centenário. Trazia na boca um peixe. Era a Arlete.

O Lagostim Serafim reconheceu-a logo. Durante algum tempo receou o pior. Mas Dona Lontra, em vez de entrar nas suas infindáveis galerias, transportou a Arlete cuidadosamente até à beira de água!

O Senhor Alfaiate que andava por ali a sobrevoar as margens correu a avisar a mãe Ablete. Num ápice, bogas, percas, achegas, carpas, abletes, barbos, lagostins, rãs e até algumas cobras de água, vieram saudar a pequena Ablete.

A Arlete aprendeu duas grandes lições: ter cuidado com o derrame de combustíveis e não nadar fora de pé, longe da vista dos pais.”

(um conto de Nuno Miguel Prates, escritor e cronista Montargilense)

quinta-feira, 1 de dezembro de 2011

EU BEM DESCONFIAVA...



Nuno Magalhães confirma o que eu já suspeitava: O CDS está do lado dos criminosos, contra as vitimas. O homem é que diz, eu só desconfiava.