sexta-feira, 7 de maio de 2010

AS PALAVRAS DOS OUTROS


De uma forma ou de outra, o transito tem de ser regulado, mas...

"Anónimo Anónimo disse...

@21:59

Toda a História da Civilização é a história da incessante luta do Homem na sua tentativa para alcançar o domínio sobre a Natureza. Até aos tempos mais recentes, para aí até à geração actual, foi assim.

Hoje, a Humanidade, ou pelo menos parte dela, já percebeu que não pode continuar a gastar e transformar desenfreadamente os recursos naturais, ignorando as consequências suicidárias desse acto.
O terceiro calhau a contar do Sol tem prazo de validade, não é eterno, e esse facto só nos aconselha a fazer uma gestão cuidadosa dos haveres patrimoniais que cá existem, garantindo a sua continuidade para que os que hão-de vir, afim de que estes não nos acusem mais tarde de termos sido egoístas, inconscientes, lerdos, etc.

Desse inventário patrimonial da Terra faz parte tudo aquilo que ao longo de milhões de anos, as forças da Natureza foram moldando e que, só muito recentemente, o Homem foi adaptando à sua conveniência.
O valor da paisagem natural procede, portanto, quer do seu carácter intemporal face ao período de uma vida humana, quer da irrefutabilidade da sua totalidade organizada ou, ainda, da impossibilidade de ser criada pelo próprio Homem. Este, mestre e senhor de (quase) tudo o que existe, possuidor de uma máquina extraordinária chamada Pensamento, desde que disso há conhecimento, intervém com a sua acção no meio ambiente circundante, estabelecendo colónias e acomodando-o à sua escala. É a humanização: fez do melhor e do pior que há, como bem se sabe.

E o que tem toda esta conversa a ver com um obelisco metálico que, visto do local donde foi tirada a foto, parece presidir à espacialidade em questão, sob a forma de sinal que proíbe estacionar no meio de um descampado?
Tudo e nada.
Há pessoas que olham para o Mundo como ele é, e perguntam: Porquê?
Outras olham para o Mundo como ele devia ser e também perguntam porquê.

Estamos certos da piedosa intenção que determinou a sua origem. Todavia, ela não desculpa a ofensa à integridade paisagística de um sítio. Mais do que prevenir engarrafamentos ou perigos para a circulação automóvel, ele é, para olhares mais vernáculos, um sinal daquela atitude que continua ainda a necessitar de afirmar a presença humana no território duma forma tão vitoriosa e dominadora, quão insensível e caricata.
Disseminar pegadas tecnológicas por esse campo fora, como é o caso de sinais de trânsito, vedações, postes e linhas eléctricas e de telecomunicações, apesar da eminência da sua utilidade, contribui bastante para degradar as paisagens naturais.
Podiam e deviam ser encontradas outras soluções alternativas, caso a abordagem ecológica do Planeamento fosse tida em conta.

Nota: Toda e qualquer demonstração do erro deste raciocínio será bem vinda e devidamente aleluiada."

(Pode ver AQUI.)

6 comentários:

  1. O texto é bom e foca importantes factores que são motivo de preocupação para a humanidade. Parece-me pois que é boa a razão que o leva a publicar algo que foi buscar a outro lado.
    Mas acho que o local em questão, não é o mais adequado ao texto. Senão vejamos: Aqueles são terrenos agriculas, pelo que a paisagem não é exactamente natural, mas artificial, de acordo com o que lá se semeia. por outro lado, a estrada é de facto muito estreita, que para alem do movimento de máquinas agriculas, serve ainda o Fluviário, pelo que me parece razoavel que haja restrições ás paragens.
    Continuo na minha: O texto é bom, aplica-se a muito sitio, mas neste...

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  2. Creio que não há nenhum mal em publicar textos e opiniões de outros, desde que devidamente identificada a sua origem. Creio também que a sua expressão "...foi buscar a outro lado", não tem intenção maliciosa, mas por via das dúvidas...

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  3. Claro que não tem. Foi apenas uma constatação.

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  4. Ora viva, amigo Aníbal.

    O Post que publicou foi retirado do Blogmora e por esse facto não deve ter qualquer espécie de problema. Como diz, não há mal nenhum em publicar textos e opiniões de outros. E eu digo mais, editar temas dos blogs da nossa terra e comentá-los só traz vantagens para a sua divulgação, quer se tenha mais ou menos simpatia por esses mesmos blogs. Mas não é isso que está em causa.

    O tema em assunto gira à volta de uma fotografia publicada pelo administrador do Blogmora e de um texto que é um comentário-resposta à questão colocada por um comentador anterior. O autor do Blogmora é pródigo em colocar fotografias que tentam causar algum impacto de opinião, algumas vezes fora de enquadramento e com opiniões algo despropositadas. Tem toda a legitimidade para a sua publicação? Tem. Tem toda a liberdade para os seus comentários? Tem. E os outros têm todo o direito de discordar com algumas as suas tomadas de posição? Têm. Ponto final.

    O Post em causa tem o título “O direito à paisagem” e pode resumir-se a uma de duas coisas. Ou à fotografia de um prado com um sinal de trânsito no meio, ou à fotografia de um sinal de trânsito com um prado em volta. E é a partir daqui que o polémico fotógrafo dá origem a uma série de considerações pouco precisas e muito subjectivas.

    O enquadramento da fotografia pretende “esconder” a estrada. E se existe a estrada, necessariamente devem existir sinais de trânsito, elementos necessários embora firam a paisagem. E mais, se o fotógrafo quisesse mostrar apenas a paisagem, esta é suficientemente ampla para que não fosse captado o sinal. Tinha sido uma boa oportunidade, porque hoje, para lá da estrada captaria os inúmeros fardos de feno embrulhados em plástico branco, outro elemento útil e necessário mas que iria, mais uma vez, ferir a paisagem.

    Aliás, no Post anterior do Blogmora era colocada uma fotografia de um céu deslumbrante. E se o fotógrafo tivesse captado um avião? Este teria que fazer ou não parte da paisagem? Iria feri-la ou não? Era só esperar um pouco, para que o avião passasse. O sinal de trânsito está fixo. Era só desviar um pouco a objectiva.

    Qual seria a real intenção do fotógrafo?

    Um abraço.
    C.B.

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  5. Existem pessoas que olha para o Mundo tal como é e perguntam - PORQUE?
    Existem outras que olham para o Mundo como ele deveria ser e perguntam - PORQUE NÃO?

    JFK

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  6. Olá amigo C.B.
    O post é de facto retirado dos comentários do BlogMora, como aliás o link em baixo identifica.
    É em minha opinião, um texto que se debruça sobre coisas importantes, como são a preservação da natureza e a defesa dos grandes espaços paisagísticos, até como forma de contribuição para a defesa da espécie a que pertencemos.
    Creio que foi essa a ideia que moveu o autor do comentário em causa, e o tal sinal de trânsito serviu apenas como ponto de partida. Afinal a natureza está cheia de sinais, quase todos de proibição.
    Neste contexto, achar que o sinal está a mais, pode parecer exagero, mas quem de nós quando acredita em algo, não é um pouco radical na sua defesa?.
    Abraço.

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